Policial
Pastor que dizia "curar" vítimas pelo sexo é indiciado por violação sexual
Foram colhidas pela polícia ainda publicações em redes sociais sobre tais fatos.
Dourados News
24 de Agosto de 2024 - 10:26
A Polícia Civil, por intermédio da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Dourados concluiu nesta sexta-feira (23), as investigações que levaram ao indiciamento de um pastor por violação sexual mediante fraude. E.L.B, 53 anos teria abusado de quatro membros da igreja a qual preside.
No início do mês de agosto, a DAM de Dourados iniciou uma investigação a partir de denúncias que diziam que E.L.B. se utilizava da sua figura de líder espiritual e pastor de uma igreja em Dourados para ludibriar mulheres, frequentadoras do local e, assim, praticar atos libidinosos como beijo na boca (“selinho”), toques pelo corpo, inclusive seios e até convencer as mulheres a pratica de relação sexual.
Foram colhidas pela polícia ainda publicações em redes sociais sobre tais fatos.
A Polícia Civil realizou a oitiva de diversas pessoas vinculadas à Igreja em questão, entre vítimas, obreiros e membros. A DAM identificou quatro vítimas, três delas com idade entre 20 e 22 anos e uma de 40 anos.
Segundo os relatos das vítimas e de testemunhas, E.L.B. realizava momentos de oração durante madrugadas e em montes/templo em construção e, nestes momentos, passava a falar em “línguas estranhas”, em tom alto e, então, praticava os atos libidinosos. Além disso, o indiciado também escolhia determinadas mulheres para praticar relação sexual, sob alegação de que “Deus havia determinado a passagem do varão”, que seria feita pela troca de energia vital, a qual exigia a penetração, com fins de “cura espiritual”.
Informações policiais apontam que uma das vítimas consentiu as relações sexuais e outra impediu o ato enquanto E.L.B. tentava tirar sua blusa. As testemunhas narraram que, desde o início do ano de 2024, membros passaram a reclamar destas situações invasivas/abusivas e, inclusive, estavam deixando de frequentar a igreja por essa razão.
Consta ainda na apuração, que obreiros pediram que E.L.B. parasse de realizar toques em mulheres nos momentos de oração e que também parasse de se reunir a sós com mulher, mas isso não aconteceu. Diante das apurações, a autoridade policial responsável representou pela prisão preventiva do indiciado, pedido que foi atendido pelo Poder Judiciário.
No dia 15 de agosto, E.L.B. foi preso pela Guarda Municipal e encaminhado à Penitenciária Estadual de Dourados no dia seguinte.
Conforme a Polícia Civil, com a conclusão do Inquérito Policial, ficou evidenciada a prática dos crimes, especialmente por meio de testemunhas e até por mensagem de vítima alegando ter sido assediada em um retiro. Diante disso, foi realizado o indiciamento de E.L.B.
Em contato com o advogado de defesa, este afirmou que o cliente não se manifestaria em fase de inquérito policial, motivo pelo qual não foi interrogado.