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Policial

PF prende quadrilha que praticava lavagem de dinheiro e estelionato

Só na Capital serão cumpridos 13 mandados de prisão, além de seis em Dourados e um em Caarapó

TV Morena

24 de Novembro de 2010 - 08:16

A Polícia Federal (PF) cumpre 20 mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão na Operação Vitruviano, deflagrada na manhã desta quarta-feira (24) em Campo Grande, Dourados e Caarapó. A ação investiga crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e estelionato.

O nome da operação alude ao fato da cadeia criminosa se entender como simétrica, com proporções perfeitas para atuação em todos os segmentos delituosos.

Em Campo Grande, a PF cumpre 13 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Em Dourados, seis de prisão e dois de busca e apreensão. Na cidade de Caarapó, a 278 quilômetros da Capital, um mandado de prisão e um de busca e apreensão.

Investigações
Desde 2008, a PF descobriu a utilização de várias empresas de fachada com intensa movimentação financeira de origem injustificada. As investigações apuraram que, entre os anos de 2002 a 2006, as empresas movimentaram mais de R$ 110 milhões.

Inicialmente, as investigações tinham como propósito apurar o crime de lavagem de dinheiro, decorrentes dos crimes de tráfico de drogas, contrabando e evasão de divisas, praticados pelo grupo capitaneado por Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho, ora recolhido no sistema prisional do Estado.

Ainda no curso das apurações, foi descoberto uma negociação fraudulenta envolvendo a compra e venda de uma usina de cana-de-açúcar localizada em Juscimeira (MT) e ainda, a simulação de um litígio na comarca de Anaurilândia, distante 367 quilômetros de Campo Grande, resultando na expedição de um alvará judicial e a apropriação de R$ 3,9 milhões no mês de julho de 2007. O dinheiro foi pulverizado entre várias pessoas.

A parte executada no litígio simulado em Anaurilândia era a pessoa de Olympio José Alves, na época já falecido, processo que correu à revelia de seu inventário em trâmite sigiloso perante a 2ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de São Paulo (SP). O espólio do milionário Alves já sofreu as mais diversas tentativas de fraude.

Com a operação, praticamente encerra as investigações que desvendaram a organização criminosa liderada pelo Major Carvalho, no que tange à prática de crimes de lavagem de dinheiro, identificando os componentes como responsáveis pelo golpe à herança milionária feito com a utilização indevida do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.

As ações criminosas do Major Carvalho, são objetos de 17 inquéritos instaurados pela PF para apuração da prática de crimes das mais diversas naturezas: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, contrabando, tráfico de drogas, exploração de jogos de azar, estelionato, entre outros, registrados desde a década de 1980.

Prisões de advogados foram acompanhadas por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de militares foram acompanhadas por representantes da Polícia Militar (PM).

Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande. A operação envolveu 120 policiais federais do Mato Grosso do Sul. Os presos serão conduzidos para PF de Dourados e Campo Grande.