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Policial

Polícia não abriu inquérito para investigar manobra para matar Artuzi na prisão

A entidade, por sua vez, reencaminhou para a coordenadoria do Gaeco e Ouvidoria do Ministério Público a mesma mensagem

Midiamax

03 de Maio de 2011 - 15:27

Passados quase nove meses do boato de que o ex-prefeito de Dourados Ari Artuzi corria risco de morte enquanto esteve preso provisoriamente em uma das celas do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros), até hoje não foi instaurado um inquérito policial para investigar o caso.

A providência na época foi transferi-lo para o Presídio Federal de Campo Grande. Artuzi foi preso em setembro passado por ligação com uma quadrilha de fraudadores de licitações. Ele deixou a prisão em dezembro, logo depois de renunciar o mandato.

Antes de ser transferido para o Presídio Federal, Artuzi foi entregue na sede da Polícia Federal de Campo Grande, segundo informações do delegado titular do Garras, Ivan Barreira. Mas logo em seguida - menos de cinco minutos – ele foi conduzido à penitenciária federal, conforme a assessoria da PF, sem detalhar o dia da do fato.

A transferência de Artuzi, oficialmente, foi motivada por conta de um email com um remetente fake (criado como pseudônimo) que revelava - sem detalhes – um plano para assassinar o ex-prefeito na cadeia.

Alguém identificando-se pseudonimamente como Antônio Aparecido Prado remeteu no dia 22 de setembro de 2010 um email para a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, narrando a denúncia. A entidade, por sua vez, reencaminhou para a coordenadoria do Gaeco e Ouvidoria do Ministério Público a mesma mensagem.

Na mensagem, o denunciante diz que não pode se identificar, mas antecipa com segurança a existência de plano para assassinar Artuzi, isto porque, prossegue a mensagem, “o que ele sabe envolve muitas pessoas influentes, o estado esta enfiado no marasmo da corrupção, Artuzzi tem muitas informações que somente ele morto não viria à tona...”

A mensagem eletrônica ainda insinua que Artuzi não estaria envolvido só na questão do esquema de corrupção que provocou a Operação Uragano, deflagrada pela Polícia Federal, que acabou mandando para cadeia Artuzi, sua mulher, nove dos 12 vereadores de Dourados, além de funcionários públicos municipais. “... pessoas influentes podem pedir seu fim para sanar um futuro problema...”.

O fato curioso é que o email não passa detalhes de como seria a execução de Ari Artuzi. Se pistoleiros invadiriam a sede do Garras, que na época ainda funcionava nas proximidades do shopping. Não diz também se a morte poderia ocorrer por meio de envenenamento, contaria com o envolvimento de alguém responsável por sua segurança na unidade policial, ou outro argumento que pudesse, talvez, impedir a ação criminosa e possibilitasse a defesa do ex-prefeito.

Ao certo, ninguém sabe quando e o horário da transferência do ex-prefeito. A mídia obteve a informação de que foi em setembro de 2010, porém nenhum veículo de comunicação acompanhou ou registrou o fato. Foi lá que Artuzi renunciou ao mandato de prefeito de Dourados.