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Policial

Polícia prende integrante de “facção mirim” suspeito de três mortes

Campo Grande News

25 de Março de 2011 - 08:11

Integrante do PCP (Partido da Comunidade do Panamá), um adolescente de 17 anos está apreendido e confessou ter praticado três homicídios, além de cinco tentativas. A Polícia também aponta envolvimento do garoto no tiroteio que terminou com a morte de Vanessa Leite Arqueley, 14 anos. A menina estava em uma pizzaria na Vila Santa Carmélia, em Campo Grande, quando integrantes de gangues trocaram tiros e ela acabou atingida por uma bala perdida.

Este crime foi em outubro de 2007 e, de lá para cá, a ficha criminal do infrator só aumenta. Ele já esteve em duas “temporadas” na Unei (Unidade Educacional de Internação), não se arrepende dos crimes e nem tem medo da morte.

“Me arrepender para que? Todas as pessoas que eu matei eram vagabundas e mereciam morrer”, disse esta tarde o garoto, que está apreendido na Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Ele nega que tenha efetuado o disparo que resultou na morte de Vanessa. Na versão dele, os amigos da gangue que integra trocaram tiros com rivais e uma bala atingiu Vanessa.

A delegada explica que ele foi responsabilizado pelo crime porque teve participação indireta.

Fútil - A delegada titular da Deaij, Maria de Lourdes Cano, explica que todos os crimes que o adolescente admite ter praticado foram por motivos fúteis.

Um pedreiro foi assassinado a tiros porque “mexeu” com a namorada do adolescente quando o casal passava em uma obra. No entanto, ele afirma que não tinha a intenção de matar, mas sim, dar um tiro nas nádegas.

Em 29 de dezembro do ano passado ele matou Fabiano Ozório Pereira, 24 anos, o “Lambari”. O crime ocorreu no Bairro Manoel Taveira.

Crime recente - Desta vez, o adolescente foi apreendido porque matou Cléber de Oliveira Teles, 26 anos, na saída do Clube Ypê, no Bairro Coronel Antonino, na madrugada de 13 de março. O adolescente foi capturado em casa, no Bairro Santa Carmélia, ontem.

Ele conta que o alvo era um amigo da vítima e, como ele não foi encontrado, Cléber acabou assassinado.

Depois da morte, o verdadeiro alvo recebeu ameaças pela página de relacionamentos Orkut. O garoto revela que apenas espera ganhar a liberdade para matar o rival.

A apreensão do adolescente não agradou ao pai, o pintor de 55 anos que terá o nome preservado para que o infrator não seja identificado.

“Unei é a escola da malandragem. Quem vai para lá volta pior ainda”, diz. Ele garante que o filho é bom e tem apenas um problema: não gosta de estudar.

O pai do garoto justifica as ações do filho, que também é apontado como autor de cinco tentativas de homicídio, uma delas, que deixou um rapaz paraplégico. “Ele (uma das vítimas) entrou em casa e quebrou tudo”, pondera.

Ao fim do inquérito, o adolescente será mandado amanhã mesmo para a Unei.