Policial
Policial que estuprou detenta em delegacia de Sidrolândia é afastado pela Corregedoria
No dia em que foi violentada pela primeira vez, a vítima não contou nada a ninguém, até que na noite do dia 12, o mesmo policial a estuprou novamente.
Redação
21 de Abril de 2022 - 18:02
O investigador Elbelsom de Oliveira, 41 anos, preso em flagrante por estuprar uma detenta na Delegacia em Sidrolândia, foi afastado compulsoriamente de suas funções pelo delegado corregedor-geral, Márcio Rogério Faria Custódio. A ordem foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado de quarta-feira (20). Segundo suspeitas, Elbelsom teria estuprado a mulher duas vezes, a primeira no dia em que ela foi presa, no dia 4 de abril, e a segunda no dia 12, na delegacia de Sidrolândia, na chamada Sala Lilás, criada para atender vítimas de violência de gênero.
A portaria estabelece que sejam recolhidas as armas de Elbelsom, junto a carteira funcional e demais pertences do patrimônio público. As senhas e logins de acesso aos bancos de dados da instituição policial também serão suspensos, assim como as férias e avaliações para possíveis promoções. As medidas valem enquanto o policial permanecer preso e ainda ressalta que a Sejusp (Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública) vai administrar ação disciplinar ao policial, que cumpre a prisão provisória em Campo Grande.
No dia em que foi violentada pela primeira vez, a vítima não contou nada a ninguém, até que na noite do dia 12, o mesmo policial a estuprou novamente e os episódios foram descobertos. Presos de outra cela ouviram a moça chorar muito durante a noite, logo depois de ter sido tirada da carceragem pelo investigador. Eles perguntaram o que havia acontecido e a presa relatou que havia sido estuprada.
Os outros detentos decidiram então denunciar a situação. Contaram a outro policial que tinham um celular e pediram para chamar a delegada Thais Duarte Miranda. Eles revelaram ainda que o celular foi dado por Elbelsom como forma de “comprar o silêncio” deles como potenciais testemunhas. Câmeras de segurança da delegacia foram verificadas e constataram que, no dia 12, o investigador retirou a mulher da cela por volta das 18h23 e retornou às 18h43. Comprovaram também o momento em que Elbeson entrega o aparelho celular aos detentos por volta das 19h30.
Após o ocorrido, o juiz Albino Coimbra Neto decidiu libertar a mulher de 28 anos, que agora responde ao processo em liberdade. Ela foi presa no dia 4 de abril, flagrada com drogas em uma van que saiu da fronteira com destino a São Paulo (SP).