Política
DEM deve passar panos quentes para livrar Murilo de punição
Conjuntura on-line
14 de Julho de 2011 - 10:23
A cúpula nacional do DEM não deve tomar nenhuma medida que venha prejudicar politicamente o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, como conseqüência de sua iminente saída dos quadros do partido a fim de postular a reeleição pelo PSB em 2012.
Apesar de sinalizar o desejo de abrir processo contra a posição do prefeito, o presidente nacional do DEM, Agripino Maia, deverá usar tal procedimento apenas para cumprir o que manda as regras estatutárias. No entanto, sem pedir a cassação do mandato do ex-correligionário por infidelidade partidária.
Na prática, seria usar uma espécie de panos quentes para livrar Murilo da punição. "Ele (Agripino) vai fazer isso apenas pró-forma, mas isso não vai vingar juridicamente. O presidente do DEM vai entrar com o processo para dar exemplo, mas não acho que o Murilo vá perder o mandato. Não há tempo hábil para isso", atestou o presidente regional do partido, deputado estadual Zé Teixeira, durante entrevista a repórteres nesta quarta-feira no plenário da Assembleia Legislativa.
Teixeira disse ter conversado há dias com o presidente nacional do DEM, a quem teria aconselhado a não pedir o mandato do prefeito por conta da troca de partido.
Eleito para cumprir mandato tampão de dois anos em Dourados em decorrência da renúncia do então prefeito Ari Artuzi, Murilo assinará a ficha de filiação ao PSB na próxima semana na presença do presidente nacional da legenda e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Na noite de terça-feira, Murilo esteve na sede do diretório regional do PSB, onde conversou demoradamente com membros do partido sobre seus planos futuros, reconhecendo que, embora vá assinar a ficha de filiação via cúpula nacional, a pedido de Eduardo Campos, não poderia deixar de manter contato, primeiro, com os líderes socialistas do Estado.
Teixeira disse ainda, na entrevista, que o prefeito douradense decidiu mudar de partido "exclusivamente buscando melhoria administrativa para Dourados, uma vez que o PSB integrante a base de apoio do governo da presidente Dilma Rousseff.
"A Dilma já tem dificuldade de arrumar verbas para aliados, imagina para adversário", colocou o deputado, enfatizando que hoje a bancada federal só tem dois parlamentares que não apóiam o governo petista, referindo-se aos deputados federais Reinaldo Azambuja (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Em nível estadual, o PSB apóia o governo de André Puccinelli (PMDB), o que significa que Murilo não deve romper politicamente com o líder peemedebista, a menos que seja forçado pelas circunstancias políticas com a aproximação das eleições municipais do ano que vem.
"Mas ele (Murilo) continua no grupo do André (Puccinelli PMDB), não tem essa de direita ou esquerda, o que ele está buscando é eficiência administrativa para a cidade dele, reforçou o deputado democrata em menção ao seu amigo e ex-correligionário.