Política
Governo vai unificar emendas para contemplar manutenção de rodovias
O Ministério do Planejamento já vinha sinalizando que faria isso desde o ano passado
Paulo Souza/Região News
23 de Fevereiro de 2011 - 10:16
O coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, senador Delcídio do Amaral (PT/MS) se reuniu nesta terça-feira, 22, com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para discutir a recuperação dos recursos cortados do Orçamento da União de 2011.
Em função dos ajustes feitos pelo governo no Orçamento foram suprimidos R$ 106 milhões R$ 101 milhões em emendas coletivas e R$ 5 milhões em emendas individuais- o que representa aproximadamente 28 % do total de investimentos federais feitos via bancada e previstos para este ano.
A ministra me explicou que, na verdade, o que ocorreu não foi um corte e sim um veto feito em algumas emendas que destinavam recursos para recuperação de rodovias e, muitas vezes, estavam sobrepostas. O Ministério do Planejamento já vinha sinalizando que faria isso desde o ano passado. E os vetos não aconteceram só com os recursos previstos para Mato Grosso do Sul mas em todos os estados onde foram encontradas situações semelhantes.
Ou seja, as bancadas fizeram vários pedidos de verbas para recuperação de trechos diferentes da mesma rodovia. Nas próximas semanas essas emendas vão ser consolidadas em uma única emenda por estado, destinada especificamente à manutenção rodoviária. Com isso, poderemos recuperar pelo menos parte dos recursos que foram vetados para investimento nas BRs 262 e 163. Faremos isso a partir da articulação da bancada e do governo do estado com o Ministério dos Transportes, definindo prioridades, adiantou o coordenador.
Delcídio conversou com Miriam Belchior também sobre a liberação de recursos já empenhados pelo governo dos Orçamentos de 2007, 2008 e 2009 e até agora não liberados.
Mostrei à ministra a importância da liberação desses recursos para as prefeituras, que precisam investir em infraestrutura, saúde e educação. Muitas vezes são valores aparentemente pequenos R$ 300 mil ou R$ 500 mil mas que fazem uma falta tremenda, especialmente para os municípios menores, onde a arrecadação própria mal dá para fazer frente às despesas de custeio. Ela se comprometeu a estudar o nosso pedido e vai, inclusive, conversar com o Ministro Luiz Sérgio (Articulação Política) e a presidente Dilma sobre o assunto, revelou.
Miriam Belchior disse a Delcídio que o maior compromisso do governo hoje é manter a inflação baixa, para não penalizar a população.
O governo optou em cortar gastos justamente para não ter que subir as taxas de juros, que seria um remédio muito amargo no combate a inflação. Elevar os juros agora traria muitos prejuízos para a economia, porque a elevação acabaria se refletindo na taxa de câmbio, com uma queda ainda mais acentuada do dólar e a consequente perda da competitividade da indústria nacional, gerando desemprego, explicou.