Política
Para conter crise, DEM troca presidente e elege Agripino Maia
A eleição de Agripino é uma tentativa de conter a crise interna da sigla, ameaçada pela esperada desfiliação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab
De Brasília
15 de Março de 2011 - 16:26
A eleição de Agripino é uma tentativa de conter a crise interna da sigla, ameaçada pela esperada desfiliação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O prefeito não participou da reunião da Executiva Nacional do DEM que elegeu Agripino presidente. A escolha do senador era uma das condições impostas por Kassab para permanecer na sigla, mas não foi suficiente para mantê-lo no partido.
Agripino foi escolhido por transitar entre o grupo de Kassab e do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC) com o do atual presidente da sigla, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Agripino disse que o DEM "está vivo e vai em frente", com o objetivo de crescer "com a força das ideias e dos seus talentos e quadros".
"Queria agradecer a manifestação de apoio a uma indicação que foi feita para o meu nome exercer a presidência do partido num mandato-tampão que irá até setembro, quando farei todo o esforço pelo crescimento do partido", disse.
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deixa o comando da sigla, disse que a eleição de Agripino reafirma a decisão da sigla de ser oposição no país.
"Não abrimos mãos dos nossos princípios e idéias que nos colocam na oposição. A certeza que a democracia se faz em ciclos", afirmou.
O líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), admitiu que os problemas internos da sigla continuam a existir. Mas disse acreditar que a unidade com a eleição de Agripino será capaz de resgatar a essência do DEM.
"Fazer oposição no Brasil não é fácil. Por ter mantido a nossa coerência nos últimos oito anos talvez tenhamos perdido alguns quadros. Mas o futuro já de retribuir esse sacrifício que muitos de nós estão fazendo", disse.
Nos bastidores, a cúpula do DEM se articula para questionar na Justiça os mandatos dos filiados que deixarem a sigla para se unirem a Kassab na nova legenda que o democrata pretende criar. "Se sair do partido, a Executiva tomará iniciativas que a lei recomenda", disse Agripino.