A disputa pela prefeitura de Dourados, cuja eleição suplementar ocorrerá em 6 de fevereiro, abriu nova crise política nos quadros do PT devido ao fato de o partido ter se aliado ao DEM, indicando a professora Dinaci Ranzi como candidata a vice-prefeita na chapa do democrata Murilo Zauith.
Por causa disso, o ex-governador Zeca do PT voltou a enfrentar em linha de colisão com o senador Delcídio do Amaral, a quem acusa de jogar o partido na lata do lixo.
Derrotado na disputa para o governo estadual nas eleições do ano passado, Zeca não se conforma com a posição de seu partido que preferiu se aliar aos adversários a lançar candidatura própria.
O desejo do ex-governador e de uma ala petista era sacramentar a candidatura do vereador Elias Ishy na disputa pelo mandato tampão na maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
Como a maioria dos delegados do partido decidiu pelo apoio à candidatura de Murilo, o grupo de Zeca resolveu mover uma ação na tentativa de virar a mesa e manter o nome de Ishy na disputa. Na esperança que isso aconteça, o vereador registrou sua candidatura na Justiça Eleitoral.
O desentendimento entre o grupo de Zeca e Delcídio ganhou atenção dos principais jornais do País. A Folha de São Paulo, por exemplo, destaca que o racha interno no PT de Mato Grosso do Sul deixou a cidade de Dourados em uma situação inusitada pelo fato de haver dois pré-candidatos petistas querendo concorrer à prefeitura na eleição extraordinária marcada para 6 de fevereiro.
A votação acontecerá após um escândalo de corrupção tirar do poder em outubro do ano passado o prefeito, vice-prefeito, presidente da Câmara e vereadores da cidade.
Na quinta-feira, último dia para que os candidatos protocolassem registro próprio, Ishi e o empresário Ricardo Demaman apresentaram seus nomes no Cartório Eleitoral como chapa pura para os cargos de prefeito e vice.
No entanto, uma convenção do PT municipal já havia homologado uma aliança com o DEM. A coligação "União por Dourados" que congrega outros 15 partidos.
O PT nacional recomendou que o municipal não se coligasse com o DEM. No diretório estadual do PT, o presidente Marcus Garcia apoia a aliança e o vice-presidente Rubens Alves é contra --ele entrou com recurso no diretório em Brasília pedindo que o caso fosse julgado.
De acordo com o Cartório Eleitoral, o juiz substituto Eduardo Machado Rocha ou a juíza Dileta Terezinha Souza Thomaz deverão julgar qual registro de candidatura entre os petistas é válido. A decisão deve sair nesta sexta-feira.