Saúde
Estado perdeu 112 leitos pediátricos do SUS nos últimos oito anos
Atualmente o estado conta com 3.550 leitos de internação pela rede pública de saúde contra 2.061 particulares, 45 a menos que há oito anos.
Campo Grande News
13 de Julho de 2018 - 10:07
Mato Grosso do Sul perdeu 305 leitos do SUS em oito anos, segundo levantamento feito pelo CFM (Conselho Federal de Medicina). A maior especialidade afetada por essa queda foi a pediátrica, que nesse período teve 112 vagas a menos.
Os dados foram compilados a partir do Cadastro Nacional de Estabelecimentos do Ministério da Saúde entre 2010 e 2018. Para o CFM, eles refletem a má gestão de recursos destinados ao setor, já que a fila de pacientes precisando desse tipo de serviço tem aumentado.
A segunda maior perda de vagas em Mato Grosso do Sul foi registrada nos centros cirúrgicos, que tiveram 98 leitos a menos. Conforme o levantamento, nesse período foram desativadas 49 unidades de internação clínicas, 58 obstétricas e 47 de outras especialidades.
O único aumento que o estado teve no SUS foras as vagas para os chamados hospitais dia, que oferecem cuidados ambulatoriais por um período menor que 12 horas, não requerendo estadia durante a noite.
Em Campo Grande, a quantidade de leitos pela rede pública despencou de 1.439 para 1.226 entre 2010 e 2018, o que resulta em uma queda de 213 vagas. A construção de dois novos hospitais na cidade, por outro lado, fez o número de unidades particulares saltar de 974 par 1.020.
Na Capital a maior queda foi registrada nos leitos cirúrgicos, que perderam 97 vagas nos últimos oito anos. Nesse período a cidade teve queda de 61 leitos obstétricos, 14 clínicos, 35 pediátricos e 20 de outras especialidades, enquanto as unidades do hospital dia cresceram de 49 para 63.
Em todo o país, 22 estados e 18 capitais brasileiras perderam leitos nos últimos oito anos. Só no estado do Rio de Janeiro, por exemplo, 9.569 mil leitos foram desativados desde 2010. Na sequência, aparece São Paulo (-7.325 leitos) e Minas Gerais (-4.244). Na outra ponta, apenas cinco estados apresentaram evolução positiva no cálculo final de leitos SUS: Rondônia (629), Mato Grosso (473), Tocantins (231), Roraima (199) e Amapá (103).
O Ministério da Saúde argumenta que a redução do número de leitos hospitalares segue uma "tendência mundial", que se justifica pelo fortalecimento da atenção ambulatorial ou domiciliar.