Saúde
Saúde não faz fumacê porque Ministério da Saúde não enviou inseticida que está em falta no mercado
Diante do aumento de casos de dengue, a Secretaria tem sido cobrada por vereadores e a comunidade.
Redação/Região News
29 de Março de 2023 - 15:01
A Secretaria de Saúde não tem aplicado o “fumacê” que é uma técnica de controle químico do mosquito Aedes Aegypti, transmissor de doenças como Dengue, Chikungunya e Zika, porque está em falta no mercado o inseticida malathion, fornecido pelo Ministério da Saúde.
Diante do aumento de casos de dengue, a Secretaria tem sido cobrada por vereadores e a comunidade em geral, mas entre os médicos e profissionais da área de saúde, há o consenso de que a técnica tem pouca eficácia para o controle da doença.
O “fumacê” somente mata o mosquito adulto pelo contato direto, quando ele está voando e atravessa a fumaça densa (por isto o produto não deve ser aplicado com vento forte, que dispersaria a solução). Por isso o ideal é eliminar os criadouros de larvas ao longo do ano.
O “fumacê” somente mata o mosquito adulto pelo contato direto, quando ele está voando e atravessa a fumaça densa.
Devido ao uso indiscriminado dos pesticidas, o mosquito pode não ser a única vítima do “fumacê”. Muitos casos de contaminação de pessoas, animais domésticos e, particularmente, das abelhas.
Para estas últimas, a ação tóxica da cipermetrina e outros pesticidas, como o malathion, é letal, havendo diversos casos de criadores de abelhas, particularmente de meliponicultores, com graves perdas de enxames de abelhas nativas sem ferrão pelos efeitos do fumacê.
Um dos recursos usados para evitar a proliferação das larvas do mosquito da dengue e exterminar o mosquito adulto contaminado é por controle químico, utilizando-se o “fumacê”, que é uma solução do inseticida cipermetrina (um elemento piretroide) e óleo mineral na forma de uma fumaça densa e esbranquiçada, borrifada com bombas costais ou bombas grandes acopladas a veículos.
Em nota da Coordenação-geral de Vigilância das Arboviroses no dia 03 de março, o inseticida utilizado pelo Ministério da Saúde está em falta no mundo todo e só tem previsão de reabastecimento no dia 17 de abril.
O fumacê está escasso desde o ano passado. Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Ambiente e Saúde do ministério, alegou que a atual gestão já assumiu com os estoques do inseticida zerados.
O Ministério da Saúde também alegou que começará a utilizar outros tipos de inseticidas, como o Fludora Co-Max (Flupiradifurone + Transflutrina), para evitar a dependência de um único fornecedor.
Ainda assim, mesmo com o caráter emergencial, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária pediu um prazo de 60 dias para liberar o novo produto, por se tratar de uma entrega internacional.
O inseticida é enviado aos municípios pelo Governo Federal, por meio do Governo do Estado, porém segundo a Coordenação Estadual de Vetores, não há previsão para nova remessa do produto, uma vez que o Ministério da Saúde informou que ainda está licitando um novo inseticida.