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Sidrolândia

Advogado de Hugleice aposta em pena mínima ou absolvição com prescrição dos crimes

O julgamento desta terça-feira (15) atraiu as atenções da mídia estadual que está presente no Fórum da Comarca de Sidrolândia.

Redação/Região News

15 de Setembro de 2022 - 09:53

Advogado de Hugleice aposta em pena mínima ou absolvição com prescrição dos crimes
Advogado José Roberto da Rosa. Foto: Paulo Francis/CG News

O advogado José Roberto da Rosa, que defende Hugleice da Silva acusado de provocar aborto e ocultar o cadáver de Marielly Barbosa Rodrigues, acredita na absolvição porque os dois crimes já prescreveram. O julgamento desta terça-feira (15) atraiu as atenções da mídia estadual que está presente no Fórum da Comarca de Sidrolândia. Acontece 11 anos depois da morte de Marielly na época com 19 anos e que teve ampla repercussão.

Na entrevista aos jornalistas, o advogado insistiu na tese de que a participação de Hugleice no episódio limitou-se a trazer Marielly até a casa do atendente de enfermagem Jodimar Ximenes onde aconteceria o procedimento. Conforme José Roberto, Hugleice tinha uma relação próxima com Marielly que por isto pediu a ajuda do cunhado para trazê-la de Campo Grande a Sidrolândia.

No depoimento prestado à delegacia depois de ser preso, Hugleice confessou que tinha um relacionamento amoroso com a cunhada e ela acabou engravidando. Quando falou em juízo, alegou ter sido coagido pela polícia e mudou a versão.

Advogado de Hugleice aposta em pena mínima ou absolvição com prescrição dos crimes
Hugleice da Silva acusado de provocar aborto e ocultar o cadáver de Marielly Barbosa Rodrigues na chegada ao Fórum. Foto: Leoni Marcos/RN

Crime

O caso começou a ser investigado em maio de 2011, como desaparecimento. A mãe de Marielly registrou boletim de ocorrência no dia seguinte ao sumiço. O cunhado também tomou frente nas buscas, mesmo sabendo o que de fato havia ocorrido com Marielly.

O corpo foi encontrado no dia 11 de junho, em estrada vicinal que corta a BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia. A identificação foi imediata, por conta do aparelho que a jovem usava. Uma das pistas iniciais foi o pano encontrado, que levou à clínica clandestina de aborto.

O crime ganhou ainda maior repercussão, quando foi descoberto que o próprio cunhado era o pai do bebê de Marielly. Diante dessa informação, a polícia relacionou Hugleice à ocultação de cadáver. Com a quebra de sigilo telefônico, a polícia encontrou ligações entre os dois e mapeou o caminho seguido por Marielly até chegar em Sidrolândia.

Em depoimento, o cunhado confessou que mantinha relacionamento com a jovem, até que ela engravidou. Em acordo, foram até Sidrolândia para que ela fosse submetida a aborto. Hugleice contratou o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, segundo a denúncia, por R$ 500 para o procedimento.

Advogado de Hugleice aposta em pena mínima ou absolvição com prescrição dos crimes
Hugleice da Silva e Jodimar Ximenes durante julgamento nesta quinta-feira. Foto: Paulo Francis/Campo Grande News

O procedimento foi feito na casa do Bairro São Bento, em Sidrolândia. Marielly passou mal, sofreu intensa hemorragia e morreu. Em trecho do depoimento prestado à polícia, Hugleice confessou que recebeu a notícia da fatalidade, dada pelo enfermeiro. “A menina morreu, não há mais nada que possa ser feito, a gente tem que dar jeito no corpo dela.”

O corpo de Marielly foi colocado na caminhonete de Hugleice e levado para o canavial, onde foi encontrado cerca de 20 dias depois. A prisão dos dois chegou a ser decretada, depois que a Polícia Civil entendeu que Hugleice prejudicava as investigações, porque exercia forte influência sobre a esposa e a sogra, sendo responsável pelas finanças e acabou liberado para responder ao processo e, mesmo com o escândalo, ele continuou casado com a irmã de Marielly e, junto à sogra, o casal se mudou para o Mato Grosso. Porém, a violência continuou.

Atualmente preso na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, em Rondonópolis, Mato Grosso, Hugleice veio escoltado a Mato Grosso do Sul para julgamento, no Tribunal do Júri em Sidrolândia. No Estado vizinho, ele cumpre pena por homicídio tentado qualificado ocorrido em 2018 contra a esposa, Mayara Barbosa, irmã mais velha de Marielly. Ele foi condenado no dia 11 de novembro de 2020 a 12 anos e 3 meses de reclusão em regime inicial fechado.