Sidrolândia
Banda Municipal fez 30 anos: Conheça a história contada pelo Maestro Carlos
O surgimento do grupo, as dificuldades, competições, são apenas alguns dos temas abordados pelo maestro Carlos Alberto.
Crislaine Jara/Região News
06 de Agosto de 2021 - 09:40
A Banda Municipal de Sidrolândia celebrou no dia 01 de agosto, 30 anos de existência. O surgimento do grupo, as dificuldades, competições, são apenas alguns dos temas abordados pelo maestro que eternizou uma geração ensinando suas primeiras notas.
Em entrevista ao Região News, o maestro Carlos Alberto Alexandre da Silva, 56 anos falou um pouco sobre os principais períodos da fanfarra sidrolandense. Atualmente a banda é composta por 36 membros que se apresentam em cerimônias, abertura de eventos, competições, além de abrir anualmente o desfile de 7 de setembro.
Nascido em Campo Grande, em meados nos anos 1964, Carlos Alberto, se descobriu maestro em Sidrolândia no ano de 1989, quando a banda começou a ser formada. Inicialmente foi contratado para comandar a fanfarra da Escola Abadia. Pouco tempo depois recebeu o convite da Prefeitura para assumir a direção de uma pequena banda, com poucos instrumentos, recurso escasso que estava sendo montada.
Desde então passou a liderar um grupo com aproximadamente 40 alunos. Como residia na Capital, nos dois anos iniciais fazia a rotina de viajar todos os dias, até que se mudou para cá. “Eu vinha com o ônibus de estudantes e voltava no final da tarde, com o passar do tempo, precisei me mudar e acabei criando raízes”, recorda.
Durante os anos, passaram pela banda diversos músicos, já que muitos atingem maioridade e migram para outras cidades ou buscam outros objetivos. Para manter a rotatividade dos membros, foi criada a Escolinha de Música, projeto que atende estudantes a partir do 4ª Ano do Ensino Fundamental.
“Para manter essa demanda, nós mantemos um ciclo, a banda só está viva este período todo, porque nunca paramos a escolinha, nós não pegamos um aluno já formado, sabendo tocar um trompete, clarinete, saxofone, ele vem sem conhecimento sobre música e vamos formando-o, os melhores vão assumindo o quadro de membros”, comenta.
Mesmo durante o período mais crítico da pandemia em 2020, os ensaios se mantiveram com um aluno por horário. Agora, 4 alunos ensaiam em horários intercalados. Os participantes da Escolinha, também mantiveram as aulas.
Para os próximos dias, o maestro pretende abrir novas vagas para a Escolinha. Os interessados precisam estar matriculados em uma unidade escolar, ter boas notas. Não há restrição de idade. Ao ingressarem na Banda como efetivados, passam a receber o Bolsa Músico, um auxílio financeiro criado em 2011.
Em relação às competições, o maestro lembra que foram inúmeras vitórias. Já no ano de 1991, Sidrolândia saiu vitoriosa de um dos primeiros concursos de bandas que participou, na época realizado em Dourados. De lá pra cá, a estante foi ficando sem espaço, para tantos troféus, que são exibidos carregados de orgulho em uma sala da sede da banda.
Dos contratempos que enfrentaram, um dos que o maestro conta o de conseguir alimentação para todos durante as viagens para Sul do país. “Antigamente, quando viajávamos para o sul, era difícil encontrar um restaurante que oferecia alimentação para 40, 50 pessoas. Algumas vezes precisávamos andar mais para localizar, ou tinha que esperar 40 minutos, 1 hora para ser preparada a comida. Tinha vezes que almoçávamos às 15 horas”, lembra.
Chegado o ano de 1994, tiveram que lidar com uma das maiores dificuldades até aqui. A crise que o país enfrentava abalou diretamente a banda, com a falta de recursos. Foi preciso uma restruturação do conjunto. “Em 94, eram 28 alunos que recebiam salários fixos, mas com a crise a Prefeitura precisou cortar, então eles acabaram saindo, a gente ficou a ver navios, foi preciso uma restruturação sem pensar em retorno financeiro no momento, foi uma época bem difícil, quase não tinha material”, conta. A restruturação se totalizou em 1995, quando o país ganhou fôlego financeiro e a banda se reergueu com novos alunos.
Nestes 30 anos, a banda precisou migrar de locais, até chegar na sede que está localizada atualmente. Os ensaios começaram na Escola Pedro Aleixo. Em 1991, passaram a serem realizados no Mercadão Municipal (anexo ao Camelódromo). Posteriormente, para o Posto de Saúde Malvinas, onde então funcionava um Centro Comunitário. Mudou para o antigo Clube São Bento, onde permaneceram até 2014.
O maestro ainda recordou com carinho dos ex-alunos e ressaltou a importância da banda para o município. “A banda é tem uma importância muito grande, por ali passaram fotógrafos, jornalistas, sargentos. Muitos casais se formaram lá dentro e estão juntos há anos. Tenho orgulho de fazer parte da história da banda”, finaliza.