Sidrolândia
Com agência sucateada, INSS atrasa benefícios para pacientes de doenças terminais
Há dois anos a agência de Sidrolândia, que atende também Dois Irmãos do Buriti, não tem médico perito.
Flávio Paes/Região News
19 de Agosto de 2019 - 07:26
Com a estrutura física sucateada, bebedouros quebrados, um dos banheiros interditados, a agência de Sidrolândia, tem atrasado por meses a concessão de benefícios, ao ponto de muitos trabalhadores, vítimas de doenças terminais morrerem antes da obtenção de resposta para suas demandas, seja o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou o benefício de prestação continuada, o BPC.
O vereador Kennedi Forgiarini, que é advogado, testemunha diariamente na sua rotina profissional, o drama de seus clientes. “Eles acabam tendo que recorrer à Justiça, porque pela via administrativa, os processos demoram meses e muitas vezes anos”.
Há dois anos a agência de Sidrolândia, que atende também Dois Irmãos do Buriti, não tem médico perito. Hoje as perícias são feitas em Campo Grande, o que causa transtornos para pessoas acamadas, obrigadas a gastar com o deslocamento até a Capital. Falta também pessoal para o encaminhamento dos processos. “Só há dois funcionários efetivos, um deles chefe da unidade. O trabalho depende de estagiários”.
A demora na concessão de benefícios condena centena de trabalhadores, afastados das funções por problemas de saúde, a ficar longas temporadas sem renda, enquanto esperam o auxílio-doença.
Há casos dramáticos como o do frentista João Teixeira Severo, 60 anos, que luta desde 2014 para obter um benefício de prestação continuada. Portador de um câncer de garganta, fez traqueostomia que lhe tirou a fala, como desde 2013 não trabalha com carteira assinada, parou de contribuir com a Previdência e assim, não consegue se aposentar por invalidez. Desde fevereiro seu processo está parado. No início do mês entrou na Justiça.
O vereador vai buscar apoio do deputado Gerson Claro e procurar a superintendência regional do INSS para melhorar a estrutura da agência de Sidrolândia que tem uma arrecadação mensal de R$ 6 milhões para a Previdência. Uma das sugestões é que a superintendência desloque um perito de Campo Grande para vir atender na cidade.