Covid-19 matou velhinho do abacaxi 8 dias após ter levado dona Ana, sua companheira de 40 anos

Uma família humilde do São Bento que sobrevive da venda de salgados de porta em porta, pela segunda vez em 8 dias vira notícia por causa da pandemia. Nesta madrugada morreu em Campo Grande, onde estava internado no Hospital Regional, o patriarca da família, Ramão de Souza Tomé, 80 anos, que testou positivo para Covid-19. Mesma doença que levou há 8 dias sua companheira de 40 anos, dona Ana Luiza de Souza.

O Velhinho do abacaxi, como era conhecido em Itaporã onde morou 20 anos, mesmo com a idade avançada, tinha consciência da morte de dona Ana. Vez outra cobrava da filha, Gisleia, que o levasse para o velório da mulher. Segundo o genro, conhecido como Dadá Chipeiro, que o levava todo mês para receber a aposentadoria, ele não se conformava porque teve de tirar do seu cardápio, por recomendação médica, frango e carne assada que adorava saborear.

Testou positivo para o Covid-19 na sexta-feira passada, um dia depois da morte da sua companheira. Desde então demonstrava apatia. Com o emocional abalado, sua diabete se agravou e ele passou a ter dificuldade para ingerir as refeições. Na terça-feira deu entrada no Hospital Elmíria Silvério Barbosa e no mesmo dia foi levado para o Hospital Regional, onde passou a fazer hemodiálise porque a doença comprometeu sua atividade renal. Está é a segunda morte por Covid-19 em Sidrolândia nesta sexta-feira, que até agora acumula 9º óbitos.