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Sidrolândia

Dona Dercilia de 84 anos se curou do Covid-19 que levou a filha que cuidava dela

Nesta quinta-feira morreu a filha de dona Dercilia, Maria Aparecida Pereira Dias, 64 anos, que sucumbiu à Covid-19.

Flávio Paes/Região News

30 de Julho de 2020 - 15:17

Por trás dos números fúnebres produzidos diariamente pela pandemia, há histórias humanas interrompidas, além da dor e sofrimento para os entes próximos. Dona Dercilia, 84 anos ficou órfã nesta quinta-feira com a morte da filha, Maria Aparecida Dias, que era seu anjo da guarda, quem cuidava dela desde que ficou com a saúde debilitada.

Como mal conseguia caminhar, permanecia o tempo todo deitada, ela provavelmente pegou o novo coronavírus da filha, mas não teve sintomas, o exame identificou no seu organismo anticorpos do vírus, mas já estava curada.

Nesta quinta-feira morreu a filha de dona Dercilia, Maria Aparecida Pereira Dias, 64 anos, que sucumbiu à Covid-19 após 21 dias de internação, 19 dias entubada num leito de UTI do Hospital Elmíria Silvério Barbosa.

Na casa da família, os demais moradores, a neta, Sandra Aparecida, o marido dela, Dario Ribeiro e o bisneto de 13 anos (filho de Sandra), testaram negativo. O adolescente não ficou doente, embora dormisse com avó, dona Maria. Os pais, Sandra e Dario, trabalham no turno noturno da JBS.

"Minha mãe não tinha nenhum problema de saúde. Quando saia, usava máscaras. Acredito que tenha pego o vírus nas idas aos supermercados. Como eu e meu marido trabalhamos de noite, dormimos de dia. Não sei quem a visitava. O problema é que muita gente não acredita na doença e não se cuida”, afirma.

Ela conta que no domingo, dia 5, levou à UPA sua mãe que estava com febre, dor de cabeça e no corpo. Com o diagnóstico de resfriado, foi medicada e mandada para casa. Os sintomas pioraram e na quarta-feira, dia 9, levou dona Maria novamente a Unidade de Pronto Atendimento.

No teste rápido, deu negativo para o Covid-19. Mas como as dificuldades respiratórias continuaram, ela foi levada para o hospital. Na terça-feira, dia 14, Sandra recebeu a confirmação (por telefone) de que a mãe estava com o novo coronavírus e todos em casa (inclusive ela) deveriam ficar em quarentena.

Dona Maria tinha três filhos. Há mais de 40 anos veio para Sidrolândia em companhia do marido (de quem se separou) e foi morar no Quebra Coco.