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Sidrolândia

Justiça condena acusados da morte de Marielly a cumprir pena em regime semiaberto

Ex-cunhado dela, Hugleice da Silva, 38 anos e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos, foram condenados por causar a morte da jovem.

Redação/Região News

16 de Setembro de 2022 - 07:17

Justiça condena acusados da morte de Marielly a cumprir pena em regime semiaberto
Julgamento Hugleice da Silva, 38 anos e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos. Foto: Paulo Francis/CG News

Após 11 horas de julgamento, o Tribunal do Júri condenou os dois envolvidos na morte de Marielly Barbosa Rodrigues que morreu há 11 anos. Ex-cunhado dela, Hugleice da Silva, 38 anos e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos, foram condenados por causar a morte da jovem, à época com 19 anos, durante aborto e jogar o corpo em milharal.

Hugleice foi considerado culpado pelos sete jurados – quatro mulheres e três homens – pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver, pegando pena total de 4 anos de reclusão. Jodimar será punido com 5 anos e 3 meses. O regime de prisão estabelecido pelo juiz Cláudio Pareja, para os dois, é o semiaberto.

Dezessete testemunhas seriam ouvidas durante o julgamento, que começou por volta das 9h30, mas apenas quatro pessoas deram seus depoimentos. Maria Campos, investigadora da Polícia Civil que acompanhou as buscas pela estudante em 2011, foi a primeira. Além dela, a irmã da vítima, Mayara Bianca, que era casada com Hugleice, Luzimara Medeiros do Amaral, que era ajudante de Jodimar e um primo do enfermeiro, também responderam às perguntas da acusação e defesas.

Ainda pela manhã, Jodimar foi interrogado e falou por cerca de uma hora. Hugleice só foi ouvido após o intervalo para o almoço, por cerca de 40 minutos. O enfermeiro permaneceu quieto durante todo o júri, mas aparentemente nervoso. Já o ex-cunhado da vítima, parecia estar mais tranquilo, embora tenha chorado durante o depoimento da ex-esposa.

No plenário, uma tia, o pai e um primo de Marielly acompanham o júri desde o começo e se emocionaram em vários momentos, principalmente quando fotos de como o corpo foi encontrado foram mostradas em telão.

“A nossa família não foi a mesma, nunca mais. Quando você vê aquelas imagens, volta tudo, Deus me livre. Que a justiça seja feita, o que você faz aqui você paga”, resumiu a tia, Renata Rodrigues, o sentimento em poucas palavras.

O juiz Cláudio Muller Pareja, pediu perdão a família de Marielly, pela demora para a realização do julgamento. “Nosso sistema judiciário foi criado para ser lento e tínhamos problemas locais, uma das varas que tínhamos aqui ficou quase seis anos sem juiz. Eu peço perdão à família porque não há justificativa de demorar tanto tempo”, disse.

O pai e a tia de Marielly não quiseram falar com a imprensa. O advogado de Jodimar, David Olindo, comentou que foi uma pena justa e não pretende recorrer da decisão. “Foi um julgamento bem feito e pena bem aplicada”.

Já o advogado Hugleice, José Roberto da Rosa, falou que a sentença foi dentro do esperado. “No entanto, a pena por ocultação de cadáver foi, no entanto, exagerada, por isso vou estudar ideia de técnicas de recurso”, comentou.

“Estou satisfeita com o resultado, finalmente a vítima vai descansar em paz, não é só um processo, é a história de uma jovem de 19 anos que perdeu a vida, vou analisar para ver se vou recorrer”, disse a promotora Bianca Machado Arruda.