Sidrolândia
Pequenos produtores se preparam para participar de torneio leiteiro na exposição
Usando o próprio leite ordenhado durante o torneio, eles aprenderão a produzir queijos e entre outros produtos.
Redação/Região News
30 de Agosto de 2023 - 16:06
Há pelo menos uma semana um grupo de 10 pequenos produtores, dedicados à produção leiteira, incorporaram à lida diária uma tarefa adicional; preparar pelo menos uma vaca do rebanho para participar do torneio leiteiro que acontecerá entre os dias 7 e 9 de setembro durante a 24ª edição da Expo Sidrolândia. A Preferida comprou 2 toneladas de silagem para ajudar na "preparação" das concorrentes.
Cada um dos participantes terá de indicar pelo menos uma pessoa da família para aprender produzir subprodutos que possam ser comercializados e assim ampliar os lucros com a produção leiteira. Usando o próprio leite ordenhado durante o torneio, eles aprenderão a produzir queijos artesanais, fabricar queijo parmesão e ricota, muçarela, provolone, queijo minas frescal e coalho. É a Rota Rural em que técnicos do Senar além de ministrar cursos, segundo o secretário de Desenvolvimento Rural, Edno Ribas, vão ensinar técnicas de como embalar e conservar os produtos; criar uma identidade visual nas embalagens, além de dicas sobre comercialização e como obter o Sistema de Inspeção Municipal.
Entre os participantes do torneio leiteiro está a família Macieira. O Sítio Macieira, um lote de 12 hectares no Assentamento Eldorado 1, tem uma produção diária de 500 litros de um rebanho de 27 paridas em ordenha das raças girolanda e holandesa.
Além do trabalho do casal Francisco André e Roseli, que tem ajuda dos dois filhos, Ian Mateus e Andrei, o segredo do sucesso para a família ter tornado a produção leiteira rentável foi aplicar métodos que comuns em qualquer negócio bem-sucedido, controle de custos, adoção de técnicas e manejo para manter a produtividade do rebanho, mesmo no período de seca. "A vaca só vai produzir bem se comer o suficiente", sintetiza dona Roseli, responsável pela parte administrativa do negócio.
Uma das últimas conquistas, fruto do compromisso de reinvestir parte do lucro no próprio negócio, foi a aquisição de um trator usado, que os livra da dependência de contatar os serviços de terceiros. Por enquanto foi adiado o sonho de trocar o carro da família, que está estragado, por um modelo novo.
A venda dos bezerros é a fonte de renda para pagar os financiamentos que garantiram a compra de vacas de boa genética, implantação de cochos feitos com bag, ordenhadeira, o plantio do milho e do capim usados na preparação da silagem, além da pastagem com gramíneas adequadas para alimentação do gado.
O apoio dos técnicos da Agraer e do Senar foi fundamental para o sucesso na atividade. A família há 9 anos deixou Campo Grande, onde já produzia leite com as vacas vez ou outra, circulando pelas ruas do Jardim Los Angeles.
A propriedade tem 6 hectares de milho e 2 hectares de capim capiaçu, matéria-prima da silagem que é usada na alimentação do gado. Há 27 piquetes de capim zuri, uma gramínea resistente às pragas e com boas qualidades nutritivas. Para melhorar o resultado adotaram o pastejo rotacionado.
A manutenção de bons níveis de produção o ano inteiro, mesmo na entressafra, é uma estratégia fundamental, segundo dona Roseli Araujo da Silva, na hora de negociar o preço e o prazo de pagamento com os laticínios. A família conseguiu reduzir de 60 para 45 dias o prazo de pagamento pelo leite, vendido a R$ 2,30 o litro.
O caçula Andrei, de 16 anos, se divide entre os estudos e a lida diária junto com o pai o irmão mais velho. Pula cedo da cama porque às 6h30 passa o ônibus que o levará até a Escola Paulo Firmo, a 15 km de distância, onde faz o 3⁰ ano do Ensino Médio. Está nos seus planos fazer a faculdade de agronomia. Já participou de alguns cursos de capacitação do Senar mas não pode receber o certificado de conclusão por causa da pouca idade.
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