Sidrolândia
Quase um ano após o crime, Nico Bala nem é réu pela morte de servidor municipal
Inquérito foi retardado porque só dia 11 de agosto do ano passado, o laudo da perícia foi encaminhado à Delegacia.
Flávio Paes/Região News
19 de Janeiro de 2020 - 19:52
No próximo domingo, dia 26, completa um ano da morte de Marcio Mário Garcia de Souza ex-chefe da Divisão de Manutenção de Estradas Rurais da Secretaria de Infraestrutura de Sidrolândia. Ele foi morto com um tiro no peito, bala calibre 38, na Rua Prefeito Jaime Ferreira Barbosa quase esquina com a Avenida Antero Lemes.
O autor do disparo, Anísio Medeiros Pereira, se apresentou dois dias depois na delegacia, prestou depoimento e desde então aguarda o processo em liberdade. O pedido de prisão preventiva, encaminhado pelo delegado dia 29 de janeiro, não foi aceito pela Justiça.
Até agora, transcorrido quase um ano do homicídio, Nico Bala, como é conhecido, sequer é réu no processo. Ele confessou a autoria do homicídio no depoimento que prestou ao delegado Diego Dantas Santos. Anísio deixou o local do crime que cometeu por volta das 18 horas de um sábado, pediu a ajuda do genro para fugir e permaneceu escondido, para escapar do flagrante, num sítio na região do Capão Seco, de onde saiu na segunda-feira para prestar depoimento.
Só no último dia 18 de novembro, a promotora Daniele Borghetti Zampieri de Oliveira, encaminhou ao Juiz da Vara do Tribunal de Júri, a ação penal o denunciando por homicídio simples por motivo fútil. Só quando a denúncia for aceita pelo Judiciário é que o assassino confesso se torna réu. Após a instrução criminal, vai à julgamento popular. Pode ser condenado de 12 a 30 anos de cadeia.
O inquérito, embora desde o início contasse com a confissão do autor, só foi concluído 8 meses após ter sido instaurado, dia 27 de agosto de 2019, sendo encaminhado ao Ministério Público dois dias depois. Teve o trâmite retardado porque faltava o laudo da perícia, encaminhado pelo Instituto de Criminalística só em 11 de agosto do ano passado.
Motivo fútil
No depoimento que prestou na Delegacia, Nico Bala, contou que no dia do crime, um sábado, 26 de janeiro, por volta das 15h30 horas, foi a Conveniência do Guardiano, na Rua Mato Grosso, onde pretendia tomar cerveja. Lá encontrou um amigo (Bernardo, dono de uma oficina) com quem iniciou conversação.
Meia hora depois, quando voltava do banheiro, se deparou com Márcio Mário (a vítima) que teria feito um comentário ao seu respeito ("parece cagado") e começou a rir dele junto com outras pessoas com quem compartilhava uma mesa.
Conforme a versão de Nico Bala, Márcio, em companhia de outros três amigos, teria vindo em sua direção, lhe apontou uma arma e disse que o pegaria posteriormente. Houve então um princípio de confusão que o dono do bar conseguiu dispersar. Anísio deixou o estabelecimento. Foi para casa onde chegou 20 minutos depois.
Pegou sua arma (um revólver calibre 38) se sentou em frente da residência, para tomar tereré com o vizinho. Por volta das 18 horas, avistou Marcio descendo pela rua. O ex-servidor teria reiterado o que havia dito no bar, que o pegaria. Se sentiu ameaçado (embora Márcio não estivesse armado) e fez o disparo que matou a vítima.
*Matéria atualizada às 07h57 para acréscimo de informações.