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Sidrolândia

Secretário de Saúde alerta para risco de desabastecimento de antibióticos e analgésicos

O Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul) alertou sobre a ausência de alguns remédios considerados essenciais.

Redação/Região News

22 de Abril de 2022 - 15:51

Secretário de Saúde alerta para risco de desabastecimento de antibióticos e analgésicos
Foto: Secretário Municipal de Saúde, Luiz Carlos Pitó

O secretário Municipal de Saúde, Luiz Carlos Pitó, mostra preocupação com o risco de desabastecimento na rede pública de alguns medicamentos de ampla utilização como dipirona, paracetamol e ibuprofeno, além de outros anti-inflamatórios e antibióticos. Por enquanto as unidades estão abastecidas, mas o cenário pode mudar porque os fornecedores habilitados por meio de licitação, não estão conseguindo honrar os compromissos de entrega de vários itens de medicação.

O Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul) alertou sobre a ausência de alguns remédios considerados essenciais, citando ibuprofeno, nimesulida, amoxicilina com clavulanato, losartana, dexametasona injetável e loratadina.

Na cidade de São Gabriel do Oeste, a 140 km de Campo Grande, por exemplo, o estoque está bem reduzido de amoxicilina com clavulanato e azitromicina. “Procuramos outros fornecedores, mas também não possuem. Já recebemos um comunicado do Conselho de Farmácia sobre o desabastecimento. Estamos fazendo o que está ao nosso alcance, mas os fornecedores não possuem”, comentou a secretária de Saúde, Francine Basso.

Entre os motivos apontados para o desabastecimento, estão licitações desertas, interrupção do fornecimento pela empresa licitada, que alegam falta de matéria-prima e também a guerra na Ucrânia. Esta última causa dificuldade nas importações e aumento no valor dos insumos usados na fabricação das medicações.

Nacionalmente, a situação também é crítica e o Cosems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) encaminhou ofício ao Ministério da Saúde relatando o caso e nele, apontou a falta de três medicamentos específicos: dipirona injetável, ocitocina e neostigmina, isso em 23 estados do Brasil.

Em Campo Grande, Lucas Castro, de 24, peregrinou em busca de azitromicina para a filha Marina, de 9 anos de idade. Com Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a garota precisava do medicamento que não foi encontrado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, nem da do Bairro Nova Bahia. Somente no posto 24 horas do Bairro Tiradentes é que Lucas conseguiu o antibiótico.

Segundo o presidente do Cosems, Rogério Leite, que é secretário de saúde de Corumbá, a situação é complexa. “Além de ser um reflexo da pandemia de covid-19, que exigiu altas demandas na indústria farmacêutica, muitos medicamentos estão com baixa produção, pois há componentes que são importados e a importação do medicamento supera o valor máximo de venda, ou seja, o custo da produção supera o da arrecadação”, analisa.

Sobre a dipirona monoidratada injetável, usada em ambiente hospitalar, Leite comentou que já está em falta em vários hospitais, inclusive, particulares. “Há um risco iminente de desabastecimento nacional. Realizamos um levantamento e cerca de 94% dos municípios de MS já estão com falta de determinadas medicações.”