SIDROLÂNDIA- MS
Tia pede doações para cuidar de 5 sobrinhos, filhos de dependentes químicos
A PM esteve na Rua Pedro Celestino, onde moravam, para atender uma denúncia de agressão e acabou descobrindo uma boca de fumo.
Redação/Região News
17 de Junho de 2024 - 07:15
Há 9 dias, a rotina de uma casa na Rua Cassiano de Souza sofreu uma mudança drástica com a chegada de 5 crianças (de 10,8,6, 4 e 3 anos ) que no último dia 7 saíram de casa às pressas as 11 da noite.
A Polícia Militar esteve na Rua Pedro Celestino, onde moravam, para atender uma denúncia de agressão e acabou descobrindo uma boca de fumo mantida pelo pai das crianças (acusado de agredir os dois mais novos). O suspeito conseguiu fugir numa motocicleta. No quarto dele, os policiais encontraram quase meio quilo de maconha debaixo de um travesseiro.
Desde então, a tia deles, Maria (nome fictício para preservar a identidade dos irmãos), é responsável por cuidar de nove crianças, já que tem quatro filhos (de 3, 6, 5 e 9 anos de idade). Ela teve que improvisar um quarto onde pretendia construir a lavanderia.
Maria espera doações de colchões, camas, lençóis, e também conta com a solidariedade da população para conseguir alimentos e itens de higiene. Com mais cinco bocas para alimentar, precisa comprar um quilo de feijão a cada dois dias e cinco quilos de arroz a cada quatro dias.
A renda do casal não passa de R$ 3.800,00. O marido de Maria recebe R$ 600,00 por semana trabalhando como pedreiro na obra da Praça Tancredo Neves, próximo à residência do casal. O orçamento é completado com os R$ 600,00 do Bolsa Família e mais R$ 890,00 do Benefício de Prestação Continuada pago para a filha mais velha do casal, de 9 anos, que tem uma deficiência física.
Os pais das cinco crianças são dependentes químicos. Em março, a mãe das crianças, que mora em Lucas do Rio Verde (a 1.125 km de Sidrolândia), entregou a guarda delas para a avó paterna, que está em Campo Grande, onde passa por tratamento na coluna.
A tia resolveu cuidar dos sobrinhos porque não queria vê-los no abrigo judicial. "Eles pediram pra ficar comigo. Os mais crescidos me contaram que apanhavam da mãe, que cortava o cabelo deles com faca. Minha irmã chamou a polícia porque meu irmão, pai deles, tinha batido nos dois menores, que ficaram com ferimentos."
O Conselho Tutelar está acompanhando as crianças e equipes da Secretaria Municipal de Assistência Social prestaram o primeiro atendimento, levando uma cesta básica e sete cobertores. Está programado o retorno nesta segunda-feira, quando será levado um kit alimentação.
Foi feita a atualização do cadastro do Bolsa Família, o que pode melhorar o valor do benefício devido à quantidade de crianças na casa. O Conselho Tutelar também vai providenciar vaga numa escola de educação infantil para a caçula dos irmãos, de 3 anos. Quem quiser fazer doações pode ligar para o telefone (9)9945-8308.