SIDROLÂNDIA- MS
Estiagem compromete pastagem e produtores temem falta de silagem
O período de estiagem, combinado com chuvas esparsas e insuficientes para a recomposição das pastagens, está impactando a produção de leite.
Redação/Região News
19 de Setembro de 2024 - 16:01
O período de estiagem, combinado com chuvas esparsas e insuficientes para a recomposição das pastagens, está impactando a produção de leite, com queda de até 50%. Na região do Assentamento Alambari, o temor do grupo de 20 assentados que se dedica à pecuária leiteira é o fim dos estoques de silagem, que tem garantido a alimentação do gado.
"A chuva dos últimos dias não garante a recuperação da pastagem", explica Altamir Alves Ferreira, que lidera o grupo responsável pela produção diária de 2.200 litros de leite, vendidos para laticínios de Campo Grande e Nova Alvorada do Sul. Por precaução, ele suspendeu a produção de sua pequena agroindústria de rapadura e melado. Decidiu reservar a produção de cana-de-açúcar, matéria-prima do melado e da rapadura, para alimentar suas vacas leiteiras, que produzem 100 litros de leite por dia.
Pedro Gidatti , que lidera um grupo de 13 assentados a produção diária caiu pela metade, de 1.100 para 500 litros. Para o presidente do Sindicato Rural, Paulo Stefanello, o regime insuficiente de chuvas reduziu em 30% a produtividade do milho da safrinha 2024, que está praticamente toda colhida.
A promessa do Governo Federal de socorro aos pequenos produtores que estão enfrentando problemas com a estiagem, não animou os assentados sidrolandenses que enfrentam dificuldades para ter acesso à crédito e assistência técnica é limitado pela falta de pessoal da Agraer.
Socorro emergencial
Na quarta -feira o secretário-executivo da Semadesc, Humberto Pereira, em reunião com ministros que estiveram em Campo Grande sugeriiu a renegociação de dívidas vencidas e vincendas; auxilio Estiagem, nos moldes do que foi adotado no RS; Fornecimento de alimentação para os animais atingidos; linha de Crédito Emergencial e perfuração emergencial de poços artesianos para consumo humano e Animal, através da reestruturação, custeio e investimento na FUNASA.
“A adoção dessas ações emergenciais é crucial para o enfrentamento da estiagem em Mato Grosso do Sul, garantindo suporte financeiro e estrutural às famílias agricultoras impactadas. Atualmente Mato Grosso do Sul, conta com cerca de 80 mil famílias de agricultores familiares, povos originários e comunidades tradicionais (Quilombolas, Ribeirinhos e Pescadores)”, acrescentou Humberto.
O governador Eduardo Riedel lembrou que “o Estado assinou uma pactuação, em março com o Governo Federal, e agora, de maneira mais acelerada e imediata, nós temos cadastradas famílias para o programa Fomento Rural. São R$ 4,6 mil para atender no curto prazo, dando um alento aí para eles para a retomada das suas atividades”.
Na sexta-feira (13), agricultores familiares do município de Itaquiraí, receberam 180 toneladas de bagaço de cana e 30 toneladas de DDG (subprodutos da indústria de etanol de milho) para alimentação dos animais. “De maneira muito emergencial, nós atuamos para fornecer alimentos para o rebanho, junto com empresas do Mato Grosso do Sul, que doaram, para que o gado atravesse esse período, até a retomada das pastagens dentro da normalidade, vão ser cerca de 60 dias a 80 dias. E as ações permanentes da Agraer, nesse apoio direto para, principalmente, aquelas famílias mais necessitadas, não só no fomento, mas no apoio à cesta-básica”, finalizou o governador .
Estiveram na Capital os ministros Luiz Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e José Wellington Barroso (Desenvolvimento e Assistência