Moradores ficarão isolados no Jardim do Sul com fechamento de acesso às residências por área privada

A construção da garagem da empresa Gold, desde o início do mês responsável pelo transporte dos funcionários da JBS, vai bloquear o acesso de pelo menos cinco famílias residentes em uma rua “improvisada” nos altos da Rua Mato Grosso, no Jardim do Sul. Ao longo dos últimos anos, os moradores têm usado como passagem o terreno de 2.370 metros quadrados da futura garagem, que conecta a Rua Mato Grosso à Sebastião Lopes Ferreira.

Não temos o que fazer. Infelizmente, parte das casas foram construídas dentro de uma área privada, bem como o acesso a essas residências”, explicou o proprietário.

A empresa, proprietária de um terreno de 9 mil metros quadrados, iniciou a instalação de uma cerca que, conforme demarcação feita por engenheiros, avança cerca de dois metros sobre as moradias. O proprietário da área, ouvido pela reportagem, afirmou que não pretende acionar a Justiça para reaver a área invadida, mas se preocupa com o impacto que o fechamento terá sobre o acesso dos moradores, que, na prática, ficarão isolados.

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“Não temos o que fazer. Infelizmente, parte das casas foram construídas dentro de uma área privada, bem como o acesso a essas residências”, explicou o proprietário. Segundo ele, inicialmente será deixada uma faixa de um metro para que os moradores possam circular a pé ou de bicicleta, até que a Prefeitura encontre uma solução definitiva.

Com o fechamento da área, o acesso de veículos será permitido apenas pelo portão principal, sob controle de um vigilante que abrirá para a passagem. “São medidas paliativas que adotaremos para não isolar completamente os moradores”, argumenta.

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O aposentado Bráulio Alegre é um dos quatro moradores que estão literalmente ilhados. Há 30 anos, ele adquiriu um terreno de 180 metros quadrados, parte de uma divisão de oito lotes feita pelo antigo proprietário, conhecido como Natalio, que subdividiu um total de 1.440 m².

De acordo com apurações, até cerca de cinco anos atrás, vizinhos permitiam a passagem dos moradores, mas, com a construção de um muro, a alternativa foi abrir um “trieiro” que acabou se transformando em uma rua improvisada de sete metros de largura, dimensão abaixo do previsto na Lei de Uso Ocupação do Solo, dentro da área que abrigará a garagem da empresa Gold Transportes.

Atualmente, uma via regular deve ter, no mínimo, nove metros de pista e mais três metros para calçadas (1,5 metro de cada lado). Seu Bráulio esclarece que o imóvel onde mora é devidamente escriturado, possui matrícula na Prefeitura e, até recentemente, ele pagava IPTU. “Desde que estou aqui, a fiscalização do município veio aqui uma única vez”, lembra o aposentado.