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Sidrolandia

Advogado de carona diz que Rafael passou na frente do carro no túnel

O carona do veículo prestou depoimento na manhã desta quinta-feira. De acordo com ele, Rafael atravessou de surpresa na frente do veículo.

G1

22 de Julho de 2010 - 16:00

O estudante André, de 19 anos, que estava no carona do carro do motorista que confessou ter atropelado o músico Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, deixou a 15ª DP (Gávea) por volta do meio-dia desta quinta-feira (22) após mais de três horas prestando depoimento. Ele não quis falar com a imprensa.

O advogado dele, Paulo Márcio Ennes Klein - que não quis revelar o sobrenome do cliente -, informou que o jovem disse, no depoimento, que Rafael passou de skate, na frente do carro, saindo da direita para a esquerda, dentro do Túnel Acústico, que liga São Conrado à Gávea, na Zona Sul do Rio. O acidente ocorreu no início da madrugada de terça-feira (20).

“Meu cliente disse que não viu o momento do acidente, porque foi tudo em uma fração de segundos”, disse Klein. “O André contou que, tanto ele quanto o motorista avistaram os skatistas antes do atropelamento. O motorista chegou a buzinar e a piscar faróis”, contou Klein.

De acordo com o advogado de André, quando o motorista teria buzinado, os amigos de Rafael, que estavam à esquerda da pista, dentro do túnel, teriam saído dos skates e passado a caminhar.

“Segundo André, nem ele nem o motorista teriam notado que o Rafael tinha ficado do lado direito, quando, de repente, ele passou na frente do carro”, explicou Klein.

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Após mais de três horas na Delegacia da Gávea, André (camisa azul) sai acompanhado do advogado dele.

Após mais de três horas na Delegacia da Gávea,
André (camisa azul) sai acompanhado do
advogado dele. (Foto: Bernardo Tabak)

Carona nega que houvesse um pega dentro do Túnel Acústico
Segundo Paulo Klein, André negou, no depoimento, que ele e os amigos estivessem fazendo um pega dentro do Túnel Acústico. “Ele diz que o carro não estava correndo, mas que não sabe precisar em que velocidade estava. André contou que o carro chegou a frear antes do atropelamento”, disse o advogado. “Inclusive, o André estava sem o cinto de segurança. Não sou perito, mas acredito que, se o carro estivesse em alta velocidade, com o impacto, o André teria se machucado”, acrescentou.

Klein disse que André não sabia que a outra pista do túnel estava interditada e que, após o acidente, o motorista parou o carro e só foi embora após a chegada do socorro. “Mas o André não conseguiu especificar se foi uma ambulância ou uma viatura da polícia que chegou ao local”, contou o advogado.

Carona diz que não ouviu o que motorista e PMs conversaram
Sobre a abordagem de dois policiais militares na saída do Túnel Acústico, o advogado de André contou que o jovem não ficou próximo ao motorista e aos PMs. “Os policiais queriam saber se havia drogas ou armas com eles. Então, o André pegou uma mochila, que estava na parte de trás do carro, para mostrar a um dos PMs. Ele não ficou perto do motorista, que conversava com o outro policial”, disse Klein.

“O André disse que os PMs não perguntaram a ele porque o carro estava com a parte da frente danificada. E, após serem liberados pelos PMs, André disse que o motorista, amigo dele, não contou o que havia conversado com os PMs”, finalizou o advogado.
 

A cerimônia de cremação do corpo de Rafael Mascarenhas na manhã desta quinta-feira (22), no Caju, durou cerca de 20 minutos. Os irmãos de Rafael, Mariana Belém, Thomaz e João Velho participaram do ritual junto com o pai do rapaz, que voltou da Europa e desembarcou no Rio na manhã desta quinta.

"Fica a imagem do anjo, que nunca brigou, nunca reclamou de nada. Especial. Deixou só amor. Nós tocamos juntos músicas improvisadas", disse o pai de Rafael, o músico Raul Mascarenhas, após sair da cerimônia de cremação.