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Sidrolandia

Alfa espera atrair donos de 105 aviários fechados para projeto de suinocultura em Sidrolândia

O projeto de suinocultura prevê investimento de R$ 200 milhões e foi apresentado na cidade na quinta-feira passada.

Flávio Paes/Região News

03 de Dezembro de 2017 - 20:09

Embora o projeto ainda esteja em fase de prospecção em três municípios (Sidrolândia, Nova Alvorada do Sul e Dourados), o Sindicato Rural de Sidrolândia e a própria Cooperalfa vão tentar atrair para o projeto de suinocultura em Mato Grosso do Sul, os donos dos 105 aviários, um ativo patrimonial de R$ 80 milhões que está improdutivo. O projeto de suinocultura prevê investimento de R$ 200 milhões e foi apresentado na cidade na quinta-feira passada.

Os aviários fechados são de produtores que abandonaram a produção integrada com a Seara/JBS, estão com esses galpões desativados, que podem ser transformados (com apenas algumas adaptações) em granjas de suínos. Atualmente a produção do frigorifico da unidade sidrolandense é assegurada por 350 aviários.

Neste grupo de ex-avicultores está Jair Schleicher, que por mais de 10 anos se dedicou a produção de frango, chegou a ter sete aviários no distrito de Quebra Coco, mas desistiu do negócio, diante das novas exigências da Seara de mudanças nos galpões, o que implicaria em investimento de R$ 3 milhões, com a contratação de um novo financiamento. “Não quis aceitar esta política da empresa de manter o produtor sob sua tutelar, via seu endividamento", reclama.

Jair calcula um investimento de R$ 700 mil para entrar na nova atividade que o tornará fornecedor de suíno para abate no frigorífico em São Gabriel do Oeste da Cooperativa Aurora da qual a Alfa tem 30% do controle. Seu custo é menor que de um produtor iniciante, porque usará a estrutura do aviário e já dispõe de rede de energia e poço para o abastecimento de água na propriedade.

Seu projeto é a produção de sete mil cabeças de leitão, com três ciclos anuais de produção. A maior dificuldade é a obtenção do licenciamento ambiental (que é muito moroso). O Banco do Brasil oferece linhas de crédito do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste) para financiar o produtor interessado em montar sua estrutura de produção.

Jair está migrando para a suinocultura, inicialmente numa pequena propriedade (pouco mais de 30 hectares) em Jaraguari, para onde levará três dos sete galpões dos aviários que mantinha em Quebra Coco. Ele não descarta a possibilidade, caso a Alfa escolha Sidrolândia para receber o projeto, de reativar as granjas em Sidrolândia, desta vez com porcos.

O produtor que é associado à COASGO (Cooperativa Agropecuária de São Gabriel), diz ser muito diferente o tratamento dispensado ao o produtor vinculado a uma cooperativa, do que o oferecido por uma empresa num projeto de produção integrada.

Para produção de mil leitões, são necessários 25 hectares, mas a suinocultura oferece aos grandes proprietários a oportunidade de aumentar a produtividade da lavoura e criação de gado, com a utilização de biofertilizantes, produzido a partir de dejetos dos porcos. "É uma adubação melhor que a da cama de frango. Em São Gabriel, pecuaristas que usaram fertirrigação das pastagens, estão conseguindo colocar seis cabeças de gado por hectare". Outro subproduto da atividade é a produção de energia elétrica a partir da instalação de biodigestores.