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Sidrolandia

Audiência cobra agilidade nas investigações no sítio onde Eliza teria sido morta

Dois homens teriam sido mortos no ano passado, no mesmo sítio onde a polícia suspeita que esteja enterrado o corpo de Eliza Samudio.

Jornal Hoje

13 de Julho de 2010 - 14:10

Um dos suspeitos é Marcos Aparecido dos Santos, que também é acusado de matar a ex-namorada de Bruno.

No sítio em Esmeraldas, portões trancados e uma faixa de protesto contra a denúncia de Julio Cesar Monteiro, ex-coordenador do grupo de resposta especial da Polícia Civil - o G.R.E. Ontem ele disse que o grupo de elite foi dissolvido depois da descoberta que Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, não era mais policial.

“Todas vez que eu vi ele, ele tava fardado. Andava de viatura, direto de viatura. Várias vezes eu vi ele dirigindo, ele era uma espécie de xerife aqui pra nós”.

Novas imagens mostram Marcos Aparecido armado e usando o uniforme da tropa de elite da Polícia Civil de Minas e participando de treinamento. O vídeo foi gravado em 2008, dezesseis anos depois de ele ser expulso da policia por falta de ética e moral.

Em outro vídeo, Bola recebe um troféu das mãos de Júlio César Monteiro, coordenador dos cursos de treinamento na época.

Julio Monteiro afirma que Bola e Gilson Costa, então subinspetor do grupo de elite, eram sócios no sitio onde aconteciam os treinamentos e confessaram ter matado dois homens no local de forma semelhante a ex-amante de Bruno.

Os rapazes teriam sido algemados, torturados com mordidas de cães e mortos. Depois o grupo teria esquartejado e ateado fogo nos corpos. As vítimas teriam sido abordadas por um homem que estava numa moto.

“Na abordagem tinha uma moto amarela e o Paulista tinha uma moto amarela, além do que era o Paulista que cuidava do sitio do GRE, ele morava ali”, afirma Mirella Giovanetti, promotora.

A denúncia foi entregue na corregedoria da Polícia Civil, em maio do ano passado. Nela aparecem os nomes de Bola, Gilson Costa e também os de outros dois policiais que ainda estão na ativa.

Nesta manhã, em audiência pública, a comissão de direitos humanos da assembleia legislativa de Minas cobrou da corregedoria a demora na conclusão das investigações.

Na época da denúncia, há mais de um ano, a comissão chegou a pedir a corregedoria a expulsão dos policias e a prisão dos envolvidos.

O corregedor disse que os mortos já foram identificados como Paulo Cesar Ferreira e Marildo Dias de Moura. Uma testemunha ouvida nesta terça-feira pela comissão de direitos humanos disse que antes de serem mortos, os dois foram levados por policias do GRE a um presídio de Sete Lagoas, próximo a Belo Horizonte. “Eu estava no presídio, o pessoal da GRE chegou com o Paulo e o Amarildo, o presídio não quis aceitar eles, e o GRE voltou com eles pra trás”, disse.

Para o presidente da comissão de direitos humanos, o ex-policial, Marcos Aparecido do Santos, o Bola pode estar envolvido no grupo de extermínio que atuava na região metropolitana de Belo Horizonte. “Pessoa conhecida, como preparada para matar, ele era especialista no desaparecimento de corpos, isso era conhecido dentro da polícia”, afirma.