Briga de vizinhos acaba com quatro tiros no Jd. Panamá

Um aparelho de som ligado em volume mais alto, folhas que se acumulavam no quintal ou as crianças que andavam de skate incomodavam e viravam motivo de bate-boca.

Mas no último dia 9, a rixa resultou em quatro tiros contra o carro de Ismael de Souza Duailibi e uma ocorrência policial por tentativa de homicídio contra Ismael e o filho de 17 anos. Os disparos feitos pelo vizinho Hélio de Paiva foram gravados por 3 câmeras de segurança (veja no fim da matéria).

Ismael de Souza Duailibi, de 52 anos, mora há mais de 15 anos em um sobrado no Jardim Panamá, região da Avenida Júlio de Castilho. O vizinho é o ferroviário Hélio de Paiva, desafeto desde que se mudou para a casa ao lado.

As velhas desavenças por coisas do dia-a-dia tomaram outra proporção no dia 9 de outubro. Ao passar em frente a casa de Hélio para chegar a sua, Ismael ouviu o vizinho chamando-o para a briga. “Vamos resolver isso agora. Desce aqui”, intimou Hélio.

Para não provocar, Ismael deu a volta na quadra, passou mais uma vez em frente à sua casa e foi buscar o filho de 17 anos que mora com ele há pouco mais de dois meses. Quando Ismael se preparava para descer do carro, Hélio sai de casa com um revólver e dispara quatro vezes. Duas balas acertam o veículo, uma passa de raspão e outra quebra a maçaneta da porta traseira.

Pelas imagens das câmeras de segurança, é possível ver outras pessoas em um carro na casa ao lado da de Ismael, onde acontecia uma festa infantil. O circuito de TV mostra ainda quando o filho de 17 anos desce do carro, olha para trás e sai correndo dos disparos feitos pelo vizinho.

“Não sei mais o que fazer. Enquanto era bate-boca, registro de ocorrência por bobeiras, nem me importei. Mas agora, ele tentou matar meu filho, e agora é briga minha”, declara Dina Nogueira, ex-mulher de Ismael.

O Campo Grande News tentou conversar com Hélio, mas vizinhos disseram que Hélio ficou foragido por cerca de seis dias e ontem um caminhão retirou alguns móveis de sua casa no Jardim Panamá. Também ontem, segundo Dina, o autor dos disparos se apresentou no 7° DP, acompanhado de um advogado.

Histórico – Dina relata como era a “convivência”. “Não tinha mais como morar do lado desse louco. Durante a vida inteira, era xingamento contra os meus filhos, ele jogava cerveja na minha casa, gritava e começou a inflamar os vizinhos para se voltarem contra a gente”, diz a mulher.

O filho de Dina, Estevan Nogueira Duailibi, de 18 anos, dá sua versão da história. “Ele nunca deixou a gente andar de skate, colocou pedras na calçada para evitar que a gente brincasse. Se a bola caía no quintal, ele furava”, conta o jovem.

Por conta da tentativa de homicídio do dia 9 de outubro, o irmão de Estevan está traumatizado. “Ele já chorou muito, não tem mais disposição. Como ele trabalha perto de onde aconteceu tudo, tem medo que o vizinho vá lá e faça alguma coisa. Ninguém mais tem paz”.

A situação começou a ficar mais séria quando um vizinho de Ismael entrou em sua casa e agrediu-o por conta de um som alto. Dessa ocasião, resultou em uma costela quebrada, uma ocorrência policial e a instalação de câmeras de segurança.

A “revolta” dos vizinhos contra Ismael teve diversos registros policiais. De acordo com a Polícia Civil, o nome do ex-marido de Dina aparece em sete Boletins de Ocorrências, sendo quatro por ameaça, um por perturbação do sossego alheio e dois por injúria.

Futuro - Quando questionada sobre qual atitude o ex-marido pretende tomar, Dina é enfática.

“Ele não vai mudar. É ridículo e revoltante todos os vizinhos contra meu ex-marido, contra o pai dos meus filhos. Ele se mudou primeiro e não vai sair de lá”.