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Sidrolandia

Cabeça a prêmio estréia, com mosaíco de MS

Lançado em pré-estréia nacional na noite de ontem na Capital, “Cabeça a Prêmio”, longa metragem dirigido por Marco Ricca e rodado aqui, em Mato Grosso do Sul.

Campo Grande News

18 de Agosto de 2010 - 10:19

A Feira Central, os contornos da Afonso Pena, bares da rodoviária velha, Bonito, Sidrolândia, o Pantanal e sua morraria ao fundo, as escadarias de Corumbá. Na tela do cinema, o que chega a ser corriqueiro ganha novas cores.

Lançado em pré-estréia nacional na noite de ontem na Capital, “Cabeça a Prêmio”, longa metragem dirigido por Marco Ricca e rodado aqui, em Mato Grosso do Sul, apresenta cenários e gentes que formam a essência cultural do Estado.

Os cenários apenas acentuam a vida e o perfil dos personagens que compõem a trama. Na tela, até a poeira dos caminhos de Mato Grosso do Sul é familiar. Castelhano com português, mansões em fazendas e botecos de chão batido. Nos contrastes a alma de cada personagem se revela em um filme intenso, forte, que surpreende.

Cabeça a Prêmio marca a estréia de Marco Ricca na direção de um longa. “Era para ser aqui. Foi como uma visão. Tenho um irmão que morou aqui, já fiz teatro aqui também e fiquei louco quando conheci. Foi o lugar em que bateu o estalo. A capacidade de Mato Grosso do Sul era inegável e a mistura de culturas e de cenários é fascinante”, revelou.

O longa metragem foi filmada entre Campo Grande, Corumbá, Sidrolândia e na fronteira com a Bolívia. Os planos abertos e a fotografia bem estudada acentuam a força de cada um dos personagens, que ganham em densidade e humanidade, apesar das contradições e desconstruções vividas por cada um deles ao longo do filme.

A história de amor de Elaine (Alice Braga) e Denis (Daniel Hendler, ator uruguaio) é o pano de fundo da trama. Ela, filha do fazendeiro Miro (Fulvio Stefanini) que controla junto com o irmão Abílio (Otávio Muller) uma rede de tráfico de drogas; ele, piloto do avião dos negócios da família. Jogados à própria sorte, se vêem envolvidos no jogo sujo do crime.

O filme é baseado no livro homônimo de Marçal Aquino. O romance já era um roteiro pronto, mas que foi adaptado para os personagens e para as locações. O texto final recebeu um pouco do perfil de cada um deles. É um filme, segundo marco Ricca, construído e focado nos personagens.

“Essa imensa fronteira seca une culturas que apresentam o pano de fundo ideal para os personagens do filme. Aliás, um dos grandes acertos foi filmá-lo aqui. Essa influência de vários povos, as cores, o céu. Tudo se encaixou. O filme não é típico. É o retrato dessas experiências”, explicou Marco Ricca.

Além do diretor, os atores Cássio Gabus Mendes (que faz Albano, um dos capangas da família de Miro) e Alice Braga estiveram na pré-estréia. “Conheci o Estado todo, apaixonante. Essa fusão cultural e o carinho das pessoas daqui foram marcantes para o filme. Adorei o tereré. Foi sensacional compartilhar essa riqueza”, disse Alice.

“O filme realiza um sonho. Tinha de ser aqui essa pré-estréia, como uma homenagem ao povo de Mato Grosso do Sul, perto das pessoas que o realizaram”, disse Ricca.

A estréia nacional de Cabeça à Prêmio acontece nas regiões metropolitanas apenas na sexta-feira (20 de agosto). Em Campo Grande, será exibido no Cinemark