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Sidrolandia

Carinho combate dificuldade de orgasmo entre as mulheres

Minha Vida

29 de Setembro de 2010 - 15:14

A satisfação sexual, em se tratando das mulheres, não começa pelo corpo. Apoio, atenção e carinho têm forte apelo erótico e agem no combate às dores vaginais sentias durante o sexo, comprova um estudo que acaba de ser publicado no The Journal of Sexual Medicine.

Os gestos carinhosos diminuem a ansiedade e, como efeito direto, tornam a relação sexual mais prazerosa.

Para chegar a esta conclusão, a equipe de cientistas acompanhou 191 vítimas de vestibulodinia provocada (PVD), mal comum a 12% das mulheres na fase pré-menopausa e que tem como sintomas a diminuição do desejo sexual, a dificuldade em obter orgasmos, dor e queimação no canal vaginal.

A partir da aplicação de questionários, os especialistas identificaram o problema e sugeriram a adoção de medidas para minimizarem os desconfortos - sempre descartando a ação de medicamentos.

Os casais foram incentivados a criar variações durante a atividade sexual, aumentando as carícias e a proximidade, evitando a penetração nas situações em que ela se tornasse fonte de tensão.

As orientações renderam diminuição do estresse e melhora nas relações sexuais entre as participantes do estudo.

Discutindo a relação

O PVD, assim como outras disfunções de natureza sexual, pode ser motivo de constrangimento, causando brigas e o afastamento do casal.

Falar claramente sobre o assunto e buscar ajuda de um ginecologista ou de um urologista, no caso dos homens.

O especialista vai tratar a origem orgânica do desconforto, enquanto um terapeuta pode contribuir no alívio das pressões emocionais que este tipo de fragilidade provoca.

"A terapia de casal foca prioritariamente a relação, em vez de aprofundar em questões internas de cada um separadamente", explica a psicoterapeuta Marina Vasconcellos, especialista do Minha Vida.

Tome a iniciativa: sugira ao seu parceiro ou parceira ao menos uma sessão de terapia em conjunto. Às vezes, ambos sentem a necessidade, mas falta a coragem para propor o tratamento.

"Alguns parceiros têm receio de que o convite possa ser entendido como uma espécie de ofensa", afirma Marina.

A especialista reforça que resolver logo esses pequenos conflitos é a melhor forma de evitar que eles prejudiquem ou até encerrem um relacionamento.

"Se forem trabalhados cedo, esses dilemas podem até fortalecer a relação. Do contrário, há risco de que nenhuma solução amigável seja encontrada".

Abra o jogo: pare de acumular pequenas insatisfações. "A falta de diálogo deteriora as relações.

O mesmo acontece quando você entende mal o que o outro diz e não se esforça para desfazer interpretações distorcidas. São duas posturas corriqueiras e que geram muitas e desgastantes brigas", afirma a psicoterapeuta. "Além de saber falar, precisamos aprender a ouvir o outro".

Respeite a individualidade: mesmo numa terapia de casal, a individualidade deve ser respeitada. "Para haver uma relação, duas histórias de vida distintas precisam se unir. Nos pontos em que essas diferenças estiverem prejudicando a relacionamento, o terapeuta age", diz Marina.

Autoreflexão: além de avaliar o papel do outro na sua vida, analise os seus objetivos quanto ao relacionamento. Isso ajuda a desfazer idealizações e interrompe ciclos de cobranças.

"Muitos casais se desfazem porque um dos cônjuges percebe que estava, simplesmente, buscando no outro o que ele gostaria de ter ou de ser. Quando esta descoberta acontece, o relacionamento perde o sentido", explica a profissional.