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Sidrolandia

Choque entre trens deixa ao menos 60 mortos na Índia

Moradores e forças de regaste se aglomeram na estação de Sainthia, onde dois trens se colidiram na manhã desta segunda-feira

EFE

19 de Julho de 2010 - 09:12

Sessenta pessoas morreram nesta segunda-feira (horário local) e 150 ficaram feridas quando um trem de passageiros com destino a Calcutá colidiu com outro que estava parado em uma estação ferroviária do estado indiano de Bengala Ocidental, informou uma fonte oficial.

O fato ocorreu durante a madrugada na estação de Sainthia, a 190 km de Calcutá, quando o expresso que fazia o trajeto entre a cidade de Koch Bihar e a capital do estado devia ter feito uma de suas paradas.

Mas o Uttar Banga Express não freou, por causas ainda desconhecidas, e bateu em alta velocidade contra o trem Vananchal Express, cujos três últimos vagões ficaram completamente destruídos.

Imagens da rede de televisão NDTV mostraram um dos vagões em pedaços e esmagado contra uma passarela sobre as linhas férreas da estação.

O porta-voz da empresa Ferrovias Orientais da Índia, Samir Goswami, confirmou à Efe, por telefone, a morte de 60 pessoas no acidente, 57 deles passageiros e três funcionários da companhia.

Os três funcionários mortos são o maquinista do trem em movimento, o auxiliar da locomotiva e um segurança do trem que estava parado, segundo um comunicado da empresa.

Os moradores locais foram os primeiros a se dirigir ao local para ajudar no resgate das vítimas do acidente. O Ministério do Interior da Índia informou sobre a mobilização de cinco equipes de socorro compostas por 140 pessoas.

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O atraso do trem que estava parado em Sainthia, que cobria o trajeto entre as cidades de Bhagalpur (estado de Bihar) e Ranchi (estado de Jharkand) e estava prestes a partir, se transformou em tragédia aos passageiros, a maioria dos quais dormia no momento da colisão.

Entre os mortos, há pelo menos 39 homens, oito mulheres e duas crianças, segundo Goswami. Os feridos, 35 deles em estado crítico, foram levados a hospitais de Sainthia e do distrito de Suri.

"Muitos dos corpos ficaram esmagados entre os vagões. Só conseguimos tirar pedaços de corpos, mais do que corpos inteiros", descreveu à agência "Ians" um dos membros das equipes de salvamento.

"Dormíamos, e de repente um barulho muito forte nos acordou. O trem estava às escuras e, durante alguns minutos, ficamos perplexos", disse o passageiro R.N. Ghosh, do Uttar Banga Express.

Segundo seu relato, a estação também estava às escuras e as pessoas começaram a correr em pânico. As autoridades desconhecem as causas da alta velocidade do trem antes do impacto, pois ele deveria ter freado para sua parada na estação.

Antes de partir ao local do acidente, a ministra de Ferrovias indiana, Mamata Banerjee, explicou que estão sendo investigadas as causas da colisão, pois existem "algumas dúvidas", que preferiu não comentar.

Ela estranhava o fato de ter ocorrido um segundo acidente ferroviário em menos de dois meses no mesmo estado indiano. Em maio passado, outro trem que fazia o trajeto entre Calcutá e Mumbai descarrilou, alguns vagões tombaram e foram destruídos por um trem que vinha na direção contrária. Naquele acidente, atribuído pelas autoridades a uma sabotagem da guerrilha maoísta, 148 pessoas morreram.

"Realizaremos as ações necessárias, adotaremos medidas contundentes contra quem quer que esteja por trás disto", acrescentou. A ministra de Ferrovias, que é também uma das principais líderes políticas de Bengala Ocidental (sua região de origem), atribuiu o acidente a uma sabotagem da guerrilha maoísta, que tem forte presença nessa região e em vários estados do centro e do leste da Índia. A guerrilha negou participação no incidente.

Após assumir o cargo ministerial no ano passado, Banerjee anunciou planos de modernização das Ferrovias Indianas, que têm uma antiquada rede de 100 mil km de extensão e empregam 1,65 milhão de pessoas. A cada dia, 11 mil trens - 4 mil deles de mercadorias - circulam na Índia e transportam 18 milhões de passageiros.