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Sidrolandia

Cientistas encontram região do cérebro que controla os impulsos

R7

23 de Setembro de 2010 - 10:33

O comportamento impulsivo pode ser controlado com treinamento, gerando mudanças específicas no cérebro, revelou um estudo da Universidade Queen, no Canadá. 

Os pesquisadores descobriram a área do cérebro que controla o comportamento impulsivo e os mecanismos que influenciam o aprendizado de atitudes tomadas sem pensar. 

A descoberta poderá ajudar no diagnóstico e no tratamento de várias doenças e vícios, como o distúrbio do déficit de atenção com hiperatividade e o alcoolismo. 

Segundo os pesquisadores, “na sala de aula, os alunos geralmente deixam escapar as respostas antes de levantar a mão; com o tempo, eles aprendem a segurar a língua e a erguer a mão até que o professor os chame”. 

Os cientistas queriam saber como esse tipo de aprendizado acontece no cérebro, explicou Scott Hayton, estudante de doutorado do Centro de Neurociências da universidade. A pesquisa revelou que a memória para esse tipo de inibição fica no cérebro e como é codificada. 

A equipe treinou ratos para controlar reações impulsivas até que recebessem algum sinal. Os sinais elétricos entre as células do lobo frontal do cérebro ficaram mais fortes à medida que eles aprendiam a controlar seus impulsos. 

Isso sugere que a impulsividade é representada, em uma região específica do cérebro, por uma mudança na comunicação entre os neurônios. 

Geralmente, a impulsividade é vista como uma característica da personalidade, algo que torna uma pessoa diferente da outra. 

As crianças que têm dificuldade em aprender a controlar uma reação geralmente têm problemas de comportamento que continuam na idade adulta, diz Cella Olmstead, principal pesquisadora do estudo. 

Ela explica que a impulsividade é uma característica básica de muitas doenças, como o déficit de atenção, a disfunção obsessivo-compulsiva e até o vício no jogo. 

Segundo os pesquisadores, a identificação da região do cérebro e do mecanismo que controla a impulsividade é um passo importante no diagnóstico e no tratamento dessas doenças. 

O coautor do estudo, Eric Dumont, diz que “quando o aprendizado não acontece de forma adequada, é possível que esse mecanismo tenha sido prejudicado".