Sidrolandia
Debate sobre "regra de ouro" é necessário para 2019; prioridade agora é reforma da Previdência, diz governo
Segundo o ministro da Fazenda, a prioridade do governo é resolver situação fiscal o país, por meio da votação da reforma da Previdência Social.
G1
08 de Janeiro de 2018 - 15:13
Os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) informaram nesta segunda-feira (8) que a prioridade do governo no começo de 2018 será garantir a aprovação no Congresso da reforma da Previdência, medida que consideram essencial para o reequilíbrio das contas públicas.
Ainda de acordo com os ministros, o governo vai cumprir neste ano chamada "regra de ouro", que impede a emissão de títulos da dívida pública para financiar gastos correntes (como pagamento de salário de servidores, ou despesas do dia a dia dos ministérios).
O objetivo é aumentar a dívida, que fica para gerações futuras, para efetuar gastos correntes do governo. Caso a regra seja descumprida, o presidente pode ser processado por crime de responsabilidade.
Os ministros da área econômica também disseram, porém, que em um segundo momento será necessário discutir mudanças nesse regramento, já que há a previsão de que ele pode ser descumprido já em 2019.
Meirelles e Oliveira convocaram a imprensa para falar sobre o assunto a pedido do presidente Michel Temer, com quem estiveram reunidos mais cedo nesta segunda. A possibilidade de o governo alterar a "regra de ouro" gerou repercussão negativa nos últimos dias.
"Há discussões de diversas pessoas sobre os anos futuros. Isso não é uma discussão adequada para este momento. O assunto que surgiu na medida em que existe uma proposta parlamentar sobre isso. Achamos melhor endereçar o assunto, mas a prioriridade agora é resolver situação fiscal o país, concretizada por uma votação da maior importância que é a Reforma da Previdência", declarou o ministro.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, por sua vez, afimou que, em 2019, há uma estimativa de que a regra de ouro pode ser descumprida em um valor entre R$ 150 bilhões e R$ 200 bilhões. "Há assuntos jurídicos que tem de ser sanados para que apresentemos uma proposta nesse sentido", declarou ele. Se a regra for descumprida, há uma limitação constitucional para emissão de dívida, explicou o ministro do Planejamento.
Henrique Meirelles afirmou ainda que houve uma orientação por parte do presidente Michel Temer de que não deve haver uma "flexibilização" (afrouxamento) da "regra de ouro" de forma "pura e simples".
"O que podemos estudar, em um momento adequado, serão regras de autoajustamento em caso de superação dos limites da regra de ouro. Por exemplo, aqueles [limites] colocados pelo teto. Caso ocorra superação do limite, há acionamento automático de mecanismos autoajustáveis", acrescentou o ministro da Fazenda.
Questionado sobre a discussão da "regra de ouro" na Câmara dos Deputados, o ministro Meirelles afirmou que essa é uma questão que compete ao presidente da Casa, Rodrigo Maia. Afirmou que vai avançar na discussão no "momento adequado". "Vamos no devido momento endereçar a questão do orçamento para 2019", acrescentou.