Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Domingo, 22 de Setembro de 2024

Sidrolandia

Delegado pede quebra de sigilo telefônico de empresário

Ele é tratado como único suspeito do crime. O casal foi visto pela última vez no carro dela.

Campo Grande news

06 de Julho de 2010 - 10:10

O delegado do 4º Distrito Policial, Wellington de Oliveira, vai pedir a quebra de sigilo telefônico do empresário Luiz Afonso Andrade, de 42 anos, ex-marido e suspeito da morte da arquiteta Eliane Nogueira, 39 anos, carbonizada dentro do carro dela, na madrugada da última sexta-feira.

Wellington explica que a intenção é conhecer o teor das últimas conversas do empresário. Ele é tratado como único suspeito do crime. O casal foi visto pela última vez no carro dela. Um dos pontos que ainda não está esclarecido, é como o autor deixou o local do crime, se contou com carona ou pegou um táxi, por exemplo.

Luiz Afonso também alega que recebeu duas ligações de Eliane, à 1h08 e 1h18, horário em que, supostamente, ela já estaria morta.

Outro ponto que pode ser esclarecido nesta manhã é a compra de R$ 50,00 em gasolina, às 14 horas de quinta-feira. Questionado se havia abastecido o veículo, o empresário negou, mas depois disse que o funcionário de sua loja de iluminação, localizada na rua José Antônio, teria usado o cartão para abastecer um Uno.

Este funcionário presta depoimento agora, assim como a sócia de Luiz Afonso, que na semana passada estava viajando. O funcionário não foi ouvido antes porque precisou passar por uma cirurgia.

Também serão ouvidos o irmão da arquiteta e a cunhada, considerados confidentes de Eliane e o casal que registrou imagens do carro pegando fogo. Ao todo serão ouvidas seis pessoas.

Roupas – Outro ponto não esclarecido é quanto as roupas usadas pelo empresário na noite de quinta-feira. Ele saiu com a ex-esposa e amigos, que tiraram fotos e apresentaram na delegacia. As imagens contestam a declaração de Luiz Afonso, que apresentou outras roupas como as usadas naquela noite. Ele apontou uma camisa marrom como a usada na noite do crime, mas a foto mostra uma peça cinza, com listras.

O corpo de Eliane permanece no Instituto Médico Legal para exames complementares mas, preliminarmente, a constatação é de que ela foi esganada e que ainda estava viva no momento em que foi ateado fogo no corpo dela e no carro. Também será feito exame de DNA, embora a família tenha reconhecido o corpo por um anel que Eliane usava e também tenha ocorrido reconhecimento pela arcada dentária. O corpo da arquiteta foi encontrado totalmente carbonizado no banco de trás do Polo em uma rua sem asfalto na região do Tiradentes.

Crise – Eliane havia casado com Luiz Afonso há dois anos e meio e três dias antes do crime os dois tinham se separado. Eliane tinha um filho de 15 anos, de relacionamento anterior e Luiz Afonso um de 12 anos. Segundo o próprio empresário, o casal brigava com freqüência e há até boletim de ocorrência de lesões recíprocas, registrado em 2009.

A arquiteta era bem conceituada e foi um dos destaques da mostra Casa Cor de 2009, com o projeto Oásis, assinado em parceria com o sócio dela, Luiz Pedro Scalise.