Sidrolandia
Delegado pede quebra de sigilo telefônico de empresário
Ele é tratado como único suspeito do crime. O casal foi visto pela última vez no carro dela.
Campo Grande news
06 de Julho de 2010 - 10:10
O delegado do 4º Distrito Policial, Wellington de Oliveira, vai pedir a quebra de sigilo telefônico do empresário Luiz Afonso Andrade, de 42 anos, ex-marido e suspeito da morte da arquiteta Eliane Nogueira, 39 anos, carbonizada dentro do carro dela, na madrugada da última sexta-feira.
Wellington explica que a intenção é conhecer o teor das últimas conversas do empresário. Ele é tratado como único suspeito do crime. O casal foi visto pela última vez no carro dela. Um dos pontos que ainda não está esclarecido, é como o autor deixou o local do crime, se contou com carona ou pegou um táxi, por exemplo.
Luiz Afonso também alega que recebeu duas ligações de Eliane, à 1h08 e 1h18, horário em que, supostamente, ela já estaria morta.
Outro ponto que pode ser esclarecido nesta manhã é a compra de R$ 50,00 em gasolina, às 14 horas de quinta-feira. Questionado se havia abastecido o veículo, o empresário negou, mas depois disse que o funcionário de sua loja de iluminação, localizada na rua José Antônio, teria usado o cartão para abastecer um Uno.
Este funcionário presta depoimento agora, assim como a sócia de Luiz Afonso, que na semana passada estava viajando. O funcionário não foi ouvido antes porque precisou passar por uma cirurgia.
Também serão ouvidos o irmão da arquiteta e a cunhada, considerados confidentes de Eliane e o casal que registrou imagens do carro pegando fogo. Ao todo serão ouvidas seis pessoas.
Roupas Outro ponto não esclarecido é quanto as roupas usadas pelo empresário na noite de quinta-feira. Ele saiu com a ex-esposa e amigos, que tiraram fotos e apresentaram na delegacia. As imagens contestam a declaração de Luiz Afonso, que apresentou outras roupas como as usadas naquela noite. Ele apontou uma camisa marrom como a usada na noite do crime, mas a foto mostra uma peça cinza, com listras.
O corpo de Eliane permanece no Instituto Médico Legal para exames complementares mas, preliminarmente, a constatação é de que ela foi esganada e que ainda estava viva no momento em que foi ateado fogo no corpo dela e no carro. Também será feito exame de DNA, embora a família tenha reconhecido o corpo por um anel que Eliane usava e também tenha ocorrido reconhecimento pela arcada dentária. O corpo da arquiteta foi encontrado totalmente carbonizado no banco de trás do Polo em uma rua sem asfalto na região do Tiradentes.
Crise Eliane havia casado com Luiz Afonso há dois anos e meio e três dias antes do crime os dois tinham se separado. Eliane tinha um filho de 15 anos, de relacionamento anterior e Luiz Afonso um de 12 anos. Segundo o próprio empresário, o casal brigava com freqüência e há até boletim de ocorrência de lesões recíprocas, registrado em 2009.
A arquiteta era bem conceituada e foi um dos destaques da mostra Casa Cor de 2009, com o projeto Oásis, assinado em parceria com o sócio dela, Luiz Pedro Scalise.