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Sidrolandia

Dourados enfrenta crise financeira no final do ano

O custo da folha salarial ‘extra’ de dezembro está orçado em aproximadamente R$ 8 milhões

Diário MS

18 de Outubro de 2010 - 08:27

O caos administrativo e financeiro na Prefeitura de Dourados já ameaça o pagamento do13º salário do funcionalismo municipal. Conforme a prefeita interina, vereadora Délia Razuk (PMDB), sem fluxo de dinheiro em caixa, a ‘nova’ administração está sendo obrigada a adotar diversas medidas de contenção de gastos para poder honrar com o pagamento do 13º salário dos mais de 7 mil servidores públicos do município. O custo da folha salarial ‘extra’ de dezembro está orçado em aproximadamente R$ 8 milhões.

Conforme o secretário municipal de Receitas e Finanças, João Azambuja, há um mês – quando o juiz Eduardo Machado Rocha assumiu o comando interino do município – o pagamento em dia do 13º salário era praticamente descartado, tamanha a crise financeira enfrentada pela prefeitura.

No entanto, após um levantamento do custo fixo da máquina pública, foram adotadas diversas medidas para ‘enxugar’ os gastos e possibilitar pagamento do 13º do funcionalismo sem a necessidade de contratação de um empréstimo bancário. “Nada havia sendo feito para guardar dinheiro para o pagamento do 13º salário. O município tem gastos exorbitantes e as fontes de receitas são muito escassas.

Tivemos que fazer uma reprogramação financeira em todas as pastas para poder fazer um fluxo de caixa até dezembro que garanta o 13º. Hoje, já acreditamos que poderemos efetuar o pagamento em dia e sem a necessidade de empréstimo”, disse.

TAPA-BURACO

Durante entrevista coletiva concedida na sexta-feira, Délia também informou que as ruas de Dourados deverão permanecer esburacadas por mais algumas semanas, já que atualmente a secretária de Obras não dispõe de nenhum contrato e dinheiro para fazer os reparos no pavimento. O asfalto de Dourados ficou bastante prejudicado em praticamente todos os bairros depois do período de chuvas que atingiu a cidade no final de setembro e no início de outubro. Conforme o secretário municipal de Obras, Antônio Nogueira, o município estuda a realização de uma licitação emergencial para poder retomar o trabalho de tapa-buraco na cidade. “O objetivo é retomar o mais breve a recuperação das vias. No entanto, é preciso reprogramar os recursos disponíveis para garantir uma gordura que propicie a adoção deste procedimento”, comentou.

COMPROMISSO

Durante o balanço de sua primeira semana de administração, Délia reforçou o compromisso de transparência na gestão e apontou a saúde como prioridade no atual momento. “Assumi a prefeitura em um momento difícil. Tinha a estratégia de um trabalho no legislativo, para o qual fui eleita. Enquanto estive na Câmara, fiz muitas cobranças ao Executivo e agora tenho a obrigação de cumprir esse trabalho”, afirmou. Uma das medidas anunciadas pela prefeita interina é o desmembramento da secretaria de Obras, com a criação da Secretaria de Planejamento. “A falta de uma pasta específica para cuidar do planejamento tem prejudicado o andamento de projetos e documentos, comprometendo a liberação de recursos para obras”, detalhou Délia.

ORÇAMENTO

A prefeita interina também informou que o município entregou na sexta-feira à Câmara Municipal de Dourados a peça orçamentária para 2011. O orçamento foi fixado em R$ 642 milhões e poderá receber emendas. O valor é 6% maior do que os R$ 607 milhões previstos para o orçamento deste ano. O orçamento por setor não foi divulgado pela prefeitura.