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Sidrolandia

Estudo: pais acham que filho não faz sexo e parceiro é predador

Uma pesquisa sobre sexualidade que envolveu pais de adolescentes indica que eles realmente acreditam que seus filhos não fazem sexo

terra

03 de Maio de 2010 - 16:03

Por outro lado, a pesquisa confirma que os pais costumam ver os parceiros dos filhos como "predadores sexuais". As informações são do Live Science.

Segundo a pesquisadora Sinikka Elliott, professora assistente da Universidade da Carolina do Norte, foram entrevistados 47 pais, sendo seis homens, durante cerca de duas horas e meia cada um. A conversa abordava questões sobre as crenças e experiências dos entrevistados sobre sexo e sobre o quê eles ensinavam aos filhos sobre o tema.

Sinikka diz que os participantes se sentiam mal quando tinham que pensar nos filhos como objetos de desejo sexual. Contudo, quando o tema eram os parceiros, eles eram vistos como pessoas sexualmente ativas, até mesmo como "predadores". Eles ainda diziam ver seus filhos como jovens, imaturos e tolos. Uma das mães disse aos pesquisadores sobre sua filha: "uma coisa que eu percebi é que ela é provavelmente um pouco mais imatura que muitos dos seus amigos, e está tudo bem. Eu penso que isso (o sexo) vai vir com o tempo".

Outra mãe, de 39 anos, acreditava que seu filho de 16 anos era virgem porque foi isso que ele disse pra ela e também porque o jovem não havia saído com nenhuma mulher. "Quando você olha para sua criança, ela é tão pequena e jovem. Você não pensa nem que ele possa estar pensando (sobre sexo). É difícil até imaginar sobre o que você deve dizer às crianças. Você não pensa que são grandes quando você pensa sobre essas coisas", diz a entrevistada.

Os outros adolescentes são diferentes
Os pais ainda disseram não ter problemas em imaginar outros adolescentes fazendo sexo. "Eles têm hormônios em fúria. Eles estão impacientes para fazer", diz um entrevistado sobre os outros jovens. Contudo, muitos contrastaram a "falta de desejo sexual" do filho com o hedonismo do companheiro.

"Esse pensamento binário faz mais do que simplesmente estabelecer que seus filhos são assexuais e, portanto, bons. Isso também cria um cenário no qual os adolescentes estão em perigo por causa de seu par", diz a pesquisadora.

O estudo indica ainda que os pais temem que garotos possam ser iniciados no sexo por garotas que queiram solidificar a relação, enquanto que os pais de garotas temem que os adolescentes possam tirar vantagem e levar as jovens às experiências sexuais.

"Ao usar estereótipos sexuais para absolver seus filhos da responsabilidade pela atividade sexual, os pais reforçam esses mesmos estereótipos", diz Elliot.

A reportagem afirma ainda que as estatísticas são ignoradas, já que indicam que, em 2006, ocorreram 435.436 partos de jovens entre 15 e 19 anos, além de 6.396 de jovens entre 10 e 14 anos, nos Estados Unidos, de acordo com dados dos Centros para Prevenção e Controle de Doenças.