Sidrolandia
Falta de efetivo é só uma das carências da Segurança: Polícia não tem controle de 53 presos e só um agente para investigar
Hoje a PM dispõe de um efetivo de 30 homens, mas em função da escala de plantão, nem metade está nas ruas.
Flávio Paes - Região News
12 de Novembro de 2017 - 22:00
Os problemas de estrutura dos órgãos de segurança pública em Sidrolândia vão além da falta de efetivo (que de fato existe), sempre lembrada quando há um surto de ocorrências que impactam a opinião pública. A Polícia Civil só dispõe de um agente para fazer o trabalho de investigação.
O restante da equipe atua internamente, que inclui desde o serviço burocrático até o trabalho de carcereiro dos presos. O risco de fuga é iminente, porque além da falta de pessoal, as câmeras de monitoramento das celas estão queimadas, o que facilita a entrada de celulares e drogas.
Desde julho, uma das viaturas, que tinha sido entregue dias antes, está na oficina com a frente destruída após bater num barranco do trecho em obras da MS-258 (região do Capão Seco). O conserto está sendo feito graças a doações de produtores rurais, já que é um veiculo locado e o contrato não cobriria este tipo de reparo.
Atualmente 53 presos, 23 deles condenados, circulam livremente nas ruas, quando deveriam permanecer encarcerados de segunda a sábado, com direito a ir pra casa no domingo. Eles tiveram direito a progressão penal, estão em regime de semi-aberto, mas como a cidade não tem um presídio para este regime, ficam em liberdade, com o compromisso de comparecer diariamente à delegacia e registrar presença.
Outros 30 presos do regime aberto deveriam estar trabalhando e dormindo no presídio. Recentemente a Polícia Militar foi checar nos endereços fornecidos e em 14 deles, não encontrou o apenado.
Dado ao alto grau de reincidências entre encarcerados, a maior parte condenados por furtos e roubos, não se descarta que boa parte das ocorrências que vem ocorrendo na cidade tenha como autores alguns destes presos em liberdade. Como o trabalho de investigação é limitado, o número de ocorrências esclarecidas acaba sendo irrelevante.
Este cenário foi apresentado a vereadores e representantes do Conselho Municipal de Segurança que se reuniram com o delegado Carlos Eduardo Trevelin e o comandante da Polícia Militar, major Sousa Lima. Hoje a PM dispõe de um efetivo de 30 homens, mas em função da escala de plantão, nem metade está nas ruas.
Além do policiamento ostensivo, a corporação é responsável pela escolta de presos (da delegacia para o fórum, atendimento médico ou até os presídios na Capital). Nos últimos finais de semana, garantiu a segurança do transporte das provas do ENEM. Sem contar a presença em eventos públicos, como shows, exposição, quando é requisitada a presença da força policial.
O policiamento na zona rural, com mais de 15 mil moradores é praticamente inexistente. Só vamos ao assentamento para atender alguma ocorrência de violência doméstica, cumprir mandado judicial. Se enviar uma viatura para um assentamento, a zona urbana vai ficar desguarnecida por pelo menos 5 horas, admite o comandante da PM. Na opinião dele, Sidrolândia sofre o impacto de estar próxima da capital e ser hoje um corredor da droga e contrabando que vem do Paraguai e passa por aqui.