Sidrolandia
Festa abre semana de combate ao abuso sexual
A estudante Dayana, de 24 anos sofreu abuso sexual em um lar adotivo quando tinha 8. Ela não teve coragem de falar para ninguém, mas as mudanças no comportamento chamaram a atenção de uma professora, que investigou o caso e acabou descobrindo o abuso.
Redação de noticia
17 de Maio de 2010 - 16:31
Hoje, Dayana trabalha no Projeto Giração, que atende crianças do Distrito Federal que passam pela mesma situação e reconhece a importância da informação para combater o problema no país. "Isso se combate alertando as pessoas para que denunciem realmente e não se reprimam. No meu tempo, eu não tinha conhecimento nenhum, e muitas meninas não denunciam porque não têm apoio dentro da família e o estado muitas vezes também não faz nada, só toma providência quando acontece, aí já é tarde", avalia. Com o objetivo de alertar a sociedade para os problemas de abuso sexual na infância e adolescência e incentivar as denúncias desses casos no país, o Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República iniciaram ontem, as atividades do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que será lembrado nesta terça-feira. Na manhã de ontem, o Parque da Cidade, em Brasília, foi o palco de abertura do evento, que contou com a presença de cerca de mil crianças e jovens de organizações sociais do Distrito Federal, que fizeram apresentações culturais como música, dança, capoeira e hip hop, além de uma revoada de balões. Outras capitais do país também promovem eventos como palestras, shows e panfletagens. Com o slogan "Faça Bonito Proteja Nossas Crianças e Adolescentes", a campanha traz como símbolo a flor, que representa o cuidado que a sociedade deve ter com seus jovens. Por isso, amanhã, o movimento vai plantar 300 flores no jardim do Ministério da Justiça, em Brasília, para chamar a atenção das autoridades. "Vamos convidar toda a sociedade e principalmente as autoridades a entrar nessa luta e responder por meio de programas do governo", diz Karina Figueiredo, da coordenação do Comitê Nacional. Ela também chama a atenção para a importância da denúncia de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. "Queremos sensibilizar as pessoas sobretudo para denunciar. Se você tem conhecimento de um caso, denuncie, pode ligar para o número 100, a denúncia é anônima, ou procurar o conselho tutelar mais próximo", orienta Karina. O dia 18 de maio foi escolhido por causa de um caso de violência sexual a uma menina de oito anos que acabou sendo morta nesta data em 1973, no Espírito Santo.