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Sidrolandia

Governo queniano defende presença de al-Bashir no país

Bashir foi um dos líderes africanos que viajaram para Nairóbi para participar hoje da cerimônia de promulgação da nova Constituição do Quênia.

Terra

27 de Agosto de 2010 - 13:41

O Governo do Quênia defendeu hoje a presença em Nairóbi do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, sobre quem pendem duas ordens de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI), uma por crimes de guerra e contra a humanidade e outra por genocídio.

Bashir foi um dos líderes africanos que viajaram para Nairóbi para participar hoje da cerimônia de promulgação da nova Constituição do Quênia.

"Bashir está aqui em resposta a nosso convite a todos nossos vizinhos e à região para que participassem deste momento histórico para o Quênia, e não se pode prejudicar ou envergonhar um convidado, isso não é africano", disse aos meios de comunicação locais o ministro de Exteriores queniano, Moses Wetangula.

ONGs do país criticaram a presença do presidente sudanês no Quênia.

"Sua presença lembra ao Governo que, enquanto Estado membro do Estatuto de Roma (que deu origem ao TPI), está sob a obrigação de prendê-lo porque foi acusado pelo TPI", disse em comunicado o Centro Internacional para a Justiça de Transição.

O Centro Internacional para a Política e o Conflito, com sede em Nairóbi, pediu ao Governo queniano "que atue e detenha imediatamente o presidente (sudanês) Omar al-Bashir".

"Convidá-lo ao Quênia é um ato de impunidade e uma clara indicação de que o Quênia não está pronto para colaborar com o TPI, sua presença aqui é um insulto ao povo queniano e às vítimas da violência pós-eleitoral", acrescentou o Centro.

O TPI emitiu em 2009 uma ordem de detenção contra Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade e em 2010 outra por genocídio, as três acusações relacionadas com o conflito na região sudanesa de Darfur, que desde 2003 provocou cerca de 300 mil mortos e deixou 2,7 milhões de deslocados, segundo números da ONU.