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Sidrolandia

Grupo define de ações para casos de onças na área urbana

C Gde News

28 de Abril de 2010 - 15:45

Pesquisadores, autoridades militares e civis e representantes de instituições ligadas a animais carnívoros definiram propostas para atuação quando for registrada a presença de onças ou animais peçonhentos em área urbana das cidades de Corumbá e Ladário.

Os pesquisadores se reuniram no Centro de Convenções de Corumbá, na segunda-feira, e apresentaram informações para orientar os trabalhos e as discussões envolvendo, principalmente, as onças.

A discussão acontece em Corumbá, onde no ano passado uma onça parda foi localizada por moradores perto do aeroporto da cidade. A captura do animal foi lenta e tumultuada, principalmente porque a população estava muito próxima ao animal.

Uma das informações repassadas foi a delimitação de áreas de risco dentro da área urbana relacionadas com onças pintadas e pardas. O pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa Pantanal, apresentou mapas indicando onde é mais comum o aparecimento de onças pardas e de onças pintadas.

Ele também apresentou situações que podem estar relacionadas com a movimentação destes animais para dentro da área urbana.

No caminho para o município de Ladário (MS), na estrada conhecida como Codrasa, há outra área de risco. Como a margem direita do rio Paraguai é de terreno mais alto, as onças tendem a atravessar o rio em busca de terrenos mais secos na época de cheias, ou de lugar seguro em caso de incêndios no Pantanal, próximo ao rio e à cidade.

“Já a onça parda costuma aparecer entre a cidade e a morraria, do lado oposto ao rio, onde ocorre mata mais seca.”, explicou Walfrido.

Ele afirma que a onça parda que entrou na área urbana em maio de 2009 era um macho jovem, provavelmente dispersando do território onde nasceu. Por azar seguiu a vegetação dos morros até a área urbana, nas proximidades do aeroporto.

“Eventos como este podem voltar a acontecer, tanto por causas naturais e comportamentos normais nas espécies, como em função de ameaças causadas por seres humanos, como os incêndios”, disse.

O pesquisador lembra que comportamento das duas espécies de onça é diferente em situações de estresse, sendo que a onça pintada oferece risco maior do que a onça parda.

Walfrido disse ainda que a população precisa ser orientada sobre o que fazer e o que não fazer em casos como estes, já que a reação da população pode ser um complicador maior e potencializar os riscos.

O promotor Ricardo Melo disse que sua preocupação é com a segurança da população. “A vida humana é prioridade. Em 2007 houve um caso perto do Forte Junqueira e no ano passado, perto do aeroporto. Nos dois casos, as autoridades não agiram de forma brilhante. Por isso há necessidade de traçar critérios objetivos de atuação para garantir a segurança dos moradores”, afirmou.

Um grupo de trabalho envolvendo militares da Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, deve se reunir com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para discutir e detalhar atribuições e estratégias para gerenciamento de crises envolvendo animais silvestres na área urbana de Corumbá e Ladário.