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Sidrolandia

Imprensa teria oferecido R$ 70 mil a mineiro por entrevista

As informações são do jornal espanhol El País

14 de Outubro de 2010 - 16:08

Fontes do diário alemão Bild informaram que um dos 33 mineiros que estava preso na mina San José, em Copiapó, firmou um contrato com uma empresa jornalística, em pleno refúgio a 700 m, em troca de entrevistas.

No acerto, a empresa se comprometia a pagar mais de R$ 70 mil (32 mil euros ou 20 milhões de pesos chilenos) em troca de declarações por 72 horas. 

De acordo com o jornal espanhol, os familiares ficaram tentados com a presença de mais de 2 mil jornalistas no Acampamento Esperança.

Ainda mais sabendo que poderiam ganhar em uma hora uma quantia infinitamente superior ao que um trabalhador do setor de mineração com qualificação e experiência ganha em média em três meses de trabalho - cerca de 4,6 mil (ou 2 mil euros).

Em outro caso, um jornalista britânico informou que a mulher do mineiro Ariel Ticona, Elisabeth Segovia, também cobrou por uma foto ao lado da filha recém-nascida, Esperança. "A foto será levada pelo valor mais alto que o dinheiro pode pagar", disse a mulher ao receber o repórter em sua casa.

Elvira Valdivia, a mulher do mineiro Mario Sepúlveda, que chamou a atenção pela disposição e facilidade de comunicação durante o enclausuramento, foi uma das mais disputadas pela imprensa. Por onde andava, sempre era abordada por repórteres.

Desmoronamento

Em 5 de agosto, um desmoronamento na mina San José, em Copiapó, deixou 33 trabalhadores presos em uma galeria a quase 700 m de profundidade.

Após 17 dias, as equipes de resgate conseguiram contato com o grupo e descobriram que estavam todos vivos por meio de um bilhete enviado à superfície. A partir daí, começou a operação para retirá-los da mina em segurança.

A escavação do duto que alcançou os mineiros durou 33 dias. O processo terminou no dia 9 de outubro, sábado, quando os martelos das perfuradoras chegaram até o abrigo onde eles estavam.

Concluída esta etapa, as equipes de resgate decidiram revestir o duto - ainda que parcialmente - para aumentar a segurança antes de retirá-los. Este trabalho terminou no domingo pela manhã.

Depois de muitos testes, o esforço final de resgate teve início às 23h19 de terça-feira, 12 de outubro, quando a cápsula desceu pela primeira vez ao refúgio dos mineiros carregando o socorrista Manuel González - e durou menos de 24 horas.

Os trabalhos terminaram às 21h55 da quarta-feira, dia 13. A missão durou pouco menos da metade do tempo estimado pelas autoridades, que era de 48 horas.

Os trabalhadores foram içados dentro da cápsula Fênix II, que tem 53 cm de diâmetro. Durante todo o percurso de subida, eles tinham suas condições de saúde monitoradas, usaram tubos de oxigênio e se comunicaram com as equipes da superfície por meio de microfones instalados nos capacetes.