Integração das agências do Itaú Unibanco pode terminar em 4 meses

O processo de migração das agências do Unibanco para a plataforma operacional do Itaú - iniciado após a fusão dos dois bancos em novembro de 2008 - poderá ser concluído entre outubro e novembro, informou hoje Rogério Calderón, diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco.

Segundo ele, aproximadamente 100 agências estão fazendo essa migração a cada mês, após uma interrupção no processo entre novembro e fevereiro para a análise dos resultados de uma etapa de testes em 50 agências. A ideia era resolver algumas dificuldades encontradas pelos clientes com a unificação das plataformas.

"Agora, a integração está sendo feita praticamente sem atritos", assinalou o diretor durante teleconferência com a imprensa sobre os resultados financeiros do segundo trimestre, quando o banco teve lucro de R$ 3,165 bilhões, 23,1% acima do montante de igual período do ano passado (R$ 2,571 bilhões).

O banco previa a migração de aproximadamente mil agências do Unibanco ao modelo operacional do Itaú. No entanto, apesar da possibilidade de término desse processo em aproximadamente quatro meses, a integração total das duas instituições financeiras - envolvendo todas as áreas - só deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2011. Isso porque algumas plataformas - como em de cartões de crédito - ainda não foram unificadas.

Com isso, a expectativa é de que os ganhos com sinergias decorrentes da fusão só sejam integralmente capturados no exercício de 2012, quando o banco terá as duas operações unificadas nos 12 meses.

"Até o fim deste ano, teremos entre 85% e 90% do total da integração", disse Calderón durante o evento. De acordo com o executivo, a maior parte das sinergias virá com o fim da integração total das agências, o que permitirá ao banco reduzir, por exemplo, o tamanho das equipes que dão assistência aos sistemas operacionais. "É difícil precisar valores (das sinergias), mas a maior parte virá a partir de 2011 e 2012", disse.

Para citar os benefícios já atingidos com a união, Calderón apontou que o banco já conseguiu fortalecer seu poder de negociação com fornecedores a partir da maior escala de pedidos. Para ele, a experiência tanto do Itaú como do Unibanco em processos de aquisições permitiu ao grupo financeiro evitar erros e levar vantagem em relação a processos de fusões desenvolvidos pela concorrência.

Além de tocar a integração, o Itaú Unibanco mantém a meta de abrir 150 agências neste ano. "Quase todas as obras (das agências previstas) estão em andamento", afirmou Calderón.

De acordo com as declarações do executivo, as metas de internacionalização do Itaú Unibanco continuam em segundo plano diante da prioridade em integrar os processos. "Em uma boa oportunidade, faremos esse movimento (de expansão no exterior)", disse o diretor, acrescentando que o banco enxerga na América Latina o melhor caminho para crescer fora do Brasil.