Após um ano de prisão, autor de homicídio aguardará julgamento em liberdade

✅ Receba no WhatsApp as notícias do RN

O juiz criminal Fernando Moreira Freitas da Silva revogou a prisão preventiva de Gabriel Custódio, de 21 anos, que estava preso desde o dia 16 de setembro do ano passado, quando foi capturado no Assentamento Patagônia. Gabriel confessou ter matado Maycon Martins dos Santos, de 22 anos, alegando que agiu em legítima defesa após ter sido agredido pela vítima. Segundo Gabriel, Maycon, acompanhado de outros dois comparsas, tentou assaltá-lo quando ele saía do Ginásio Brizolão, ao lado da esposa grávida e da filha.

Além de revogar a prisão preventiva de Gabriel Custódio, na sentença de pronúncia, o magistrado desclassificou a acusação de homicídio qualificado, que poderia resultar em uma pena de 12 a 30 anos de prisão. Gabriel será julgado pelo Tribunal do Júri por homicídio simples, cuja pena prevista no Código Penal varia entre 6 e 20 anos.

O juiz rejeitou a tese do Ministério Público, que sustentava que Gabriel teria matado Maycon por vingança, caracterizando "motivo torpe" e configurando homicídio qualificado. No entendimento do magistrado, o crime foi uma resposta "às agressões, em tese, sofridas pelo denunciado e por sua companheira, que estava grávida".

Conforme apurado nas fases de inquérito e instrução criminal, na noite do crime, Gabriel, sua esposa e a filha do casal estavam saindo do Ginásio Brizolão quando foram abordados por três homens armados com facas, que anunciaram o assalto. Como não tinham nada de valor, foram agredidos por Maycon. Gabriel levou a esposa e a filha para casa, mas depois saiu armado com um revólver, com a intenção de se vingar. Ele foi até a casa da vítima, a chamou, e quando Maycon apareceu, Gabriel disparou quatro tiros, um dos quais atingiu Maycon, que morreu.

Para se manter em liberdade, Gabriel terá de cumprir algumas medidas cautelares: comparecer em juízo para informar e justificar suas atividades; não se ausentar da Comarca por mais de 8 dias sem autorização judicial; permanecer em casa após as 22h; e comparecer a todos os atos processuais a que for convocado.

Prisão

Gabriel foi preso pela Polícia Militar no Assentamento Patagônia, em Terenos, para onde fugiu após cometer o crime no Bairro Cascatinha, em frente à casa da vítima. A polícia recebeu informações de que os suspeitos estariam escondidos no assentamento, próximo ao município de Terenos, e foi até o local. Lá, encontraram Gabriel, que estava portando uma arma calibre 32. Ele se entregou imediatamente e confessou o crime, explicando aos policiais o motivo pelo qual matou Maycon.

Nesse momento, uma caminhonete Chevrolet/S10 branca se aproximou, mas o condutor não respeitou a ordem de parada dada pelos militares. Um dos ocupantes do veículo sacou um revólver da cintura, mas foi atingido por disparos dos policiais do Choque. O rapaz, que ainda apresentava sinais vitais, foi encaminhado ao Hospital Elmíria Silvério Barbosa, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. Com ele, foram encontrados R$ 2 mil em espécie, manchados de sangue.

Os policiais também localizaram um veículo Toyota/Corolla, utilizado pelos suspeitos no crime cometido em Sidrolândia, além de uma cápsula calibre 32 deflagrada. Gabriel foi preso e encaminhado para a delegacia, onde responderá por homicídio simples. Um outro homem conseguiu fugir e ainda não foi localizado.

O suspeito atingido pelos tiros foi posteriormente identificado como Maikon Marcon Orico, de 34 anos. Ele possuía diversas passagens pela polícia por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e um homicídio cometido em outubro de 2020. Esse crime ocorreu perto de uma reciclagem em Sidrolândia, onde a vítima foi executada com tiros na cabeça.