Julgamento de apelação criminal contra sentença de 15 anos de Beira-Mar será em maio

Ele foi condenado a 15 anos de prisão pela morte de João Morel. O advogado de Beira-Mar, Luiz Gustavo Bataglin, pede a anulação da sentença.

O traficante carioca foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato do também traficante João Morel, em 21 de janeiro de 2001, dentro da cela número 38, no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima (ESPM) de Campo Grande.

Julgado no dia 10 de novembro do ano passado, Beira-Mar negou todas as acusações perante os jurados. Durante o júri, a defesa de Beira-Mar tentou desqualificar as acusações e o próprio traficante se defendeu durante o júri dizendo que era alvo de mentiras.

O juiz Carlos Alberto Garcete, que presidiu o Tribunal do Júri, leu as acusações de Beira-Mar, sob um forte esquema de segurança, com cerca de 300 policiais civis, militares e federais, que foi montado para a realização do julgamento.

Morte de João Morel

Beira-Mar é acusado de ser o mandante do assassinato de João Morel no dia 21 de janeiro de 2001, na cela nº 38, do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Ele foi denunciado e acusado de homicídio, mediante promessa de recompensa, meio cruel e “recurso que dificultou a defesa da vítima”.

Consta na acusação que João Morel foi morto com golpes de chuchos, armas tipo faca fabricadas pelos presos. Na época do crime, a vítima e a família eram tidos como os principais traficantes e fornecedores de entorpecentes na região da fronteira Brasil/Paraguai.

Ainda na denúncia aceita pela Justiça, um grupo de traficantes, do Rio de Janeiro, liderados por Beira-Mar, guerreava contra o grupo de João Morel pelo domínio do tráfico naquela região de fronteira. Morel estava preso sob acusação de tráfico de drogas e em razão da morte e prisão de inúmeros membros de sua família.

Em julho de 2007, o traficante Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, foi transferido para a Capital sul-mato-grossense. Na época, um forte esquema de segurança também foi montado.

Em 2009, a Polícia Federal de Dourados (MS) deflagrou em junho deste ano, a operação denominada “Saisine”, envolvendo aproximadamente 200 policiais federais, que resultou na desarticulação de uma organização criminosa instalada também na fronteira Brasil-Paraguai, com ramificações nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso.
A investigação foi iniciada no mês de janeiro após a morte de José Elias Fernandes do Amaral, o “Bagual”, braço-direito do traficante Fernandinho Beira-Mar. Após a prisão dele, Bagual seria um dos principais fornecedores de cocaína da fronteira do Brasil com o Paraguai.

A cocaína era transportada, por meio aéreo, da região de Cáceres (MT) até a fronteira sul-mato-grossense, que servia de entreposto. Daí em diante, seguia por via terrestre aos grandes centros de consumo, como São Paulo (SP), Atibaia (SP), Curitiba (PR) e Juiz de Fora (MG), cidade estrategicamente posicionada entre os maiores mercados consumidores do País.

Foram expedidos 21 mandados de prisão e 29 de Busca e Apreensão, sendo 15 mandados de prisão em Mato Grosso do Sul, 3 em Mato Grosso, 1 em São Paulo , 1 no Paraná e 1 em Minas Gerais.  Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Estadual de Caarapó (MS).