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Sidrolandia

Lula diz que só vai definir reajuste da aposentadoria após votação no Senado

Câmara aprovou na terça reajuste de 7,71%, acima do valor acordado entre o governo e as centrais sindicais.

Redação de noticia

05 de Maio de 2010 - 16:35

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que somente depois da decisão do Senado é que vai definir que posição tomar sobre o aumento nas aposentadorias acima de um salário mínimo. Na terça-feira, 4, a Câmara aprovou um reajuste de 7,7%, acima do que tinha sido acordado entre o governo e as centrais sindicais, de 6,14%.

"A mim, só cabe esperar a decisão final do Senado para que eu possa analisar os impactos disso na economia brasileira e na previdência social, e tomar a decisão. Acho que é assim que o presidente deve se comportar, ou seja, a Câmara cumpriu o seu papel, o Senado vai cumprir o seu papel e depois o presidente cumprirá o seu papel", disse Lula, no Palácio do Itamaraty, onde recebeu as credenciais de novos embaixadores estrangeiros.

Para o presidente apesar do acordo do governo com as centrais sindicais, para o reajuste das aposentadorias, a Câmara entendeu que deveria votar algo diferente do que tinha sido acordado com os dirigentes sindicais. Ele não considera, porém, que o reajuste de 7,7% seja uma loucura. "Não, não. Veja, é um porcentual que a Câmara entendeu que era o correto e se a Câmara entendeu, não posso considerar loucura. Posso entender que os deputados têm tanta vontade de acertar, de fazer as coisas boas para o país como eu. É uma questão de visão
econômica que vamos ou consertar ou manter do jeito que está depois que for aprovada no Senado", disse.

O presidente disse que ainda não sabe qual o impacto desse aumento, mas que discutirá o assunto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega "... e nós vamos tentar ver porque tudo o que queremos fazer é melhorar a vida do povo trabalhador neste país". "Agora, só é possível melhorar a vida do povo se houver compatibilidade entre a necessidade do reajuste e a receita que nós temos. De forma que com muita tranquilidade eu vou conversar com o ministro da Fazenda, mas tudo só depois que o Senado tomar a decisão final. Não sei se o Senado toma essa decisão, não sei se volta para a Câmara. Portanto, a hora é de aguardar o Congresso que tem autonomia para cumprir a sua parte. Vamos esperar chegar às minhas mãos. Um bom juiz ele só se manifesta nos autos do processo. Então, deixa o processo chegar à minha mão que eu vou então tomar a decisão", disse.

Ao ser indagado se a decisão da Câmara foi eleitoreira, respondeu: "Aí fica por conta da interpretação de cada um de vocês. Eu acho e quero dizer para vocês que não vejo nenhuma necessidade para neste momento excepcional que o Brasil está vivendo, a gente fazer qualquer espécie de loucura em qualquer área para que a gente atrapalhe um novo ciclo de desenvolvimento do país. O Brasil levou muitos anos para chegar onde chegou. É um momento virtuoso, é um momento excepcional em que as contas estão acertadas, o crescimento está acontecendo, e obviamente que a gente não pode permitir que qualquer coisa, seja previdência, seja política de juros, seja qualquer coisa, seja inflação, venha causar qualquer impossibilidade de o Brasil continuar nesse momento excepcional que estamos vivendo. Vocês e eu e o povo brasileiro sabem o que nós passamos para chegar a esse momento e nós não podemos jogá-lo fora, é só isso", disse.

E concluiu: "Todo mundo tem apreço pelos aposentados. E no ano eleitoral aumenta o apreço de forma extraordinária, sabe. Eu não acredito que tenha dentro do território brasileiro ou no mundo alguém que tenha mais compromisso do que eu, não acredito".

Fator previdenciário

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira, 5, que o governo vai tentar mostrar aos senadores que o fator previdenciário tem que ser mantido e que o limite para o reajuste das aposentadorias acima de um salário mínimo é de 7%.

"Vamos defender no Senado a volta do fator previdenciário e que o limite do governo para os aposentados é de 7%", disse Padilha, ao deixar o
almoço da pré-candidata Dilma Rousseff, com a cúpula do PSB.

"Se os parlamentares acham que o clima eleitoral vai fazer com que o governo prejudique as contas do País, estão enganados. Em 2006 rejeitamos um reajuste para os aposentados e vencemos as eleições", lembrou. "Não podemos, por conta de um clima eleitoral, prejudicar as contas do governo". Segundo ele pelos cálculos inicias, o fim do fator previdenciário causaria um impacto de R$ 4 bilhões por ano nas contas da Previdência. "Isso sem levar em conta as pessoas que estão para se aposentar", afirmou.