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Sidrolandia

Marisa volta a criticar aproximação de Lula com o Irã

Redação de noticia

18 de Junho de 2010 - 15:10

Ao anunciar que, se eleita, pretende continuar a política de aproximação e negociação com o Irã, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, indica que agiria de acordo com princípios partidários e ideológicos. Jamais considerando os interesses do Estado brasileiro. "O Brasil só colheu prejuízos com esta aproximação", diz a senadora.

A avaliação é da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), vice-presidente nacional do PSDB. Ela acredita que a política liderada pelo presidente Lula em relação ao país persa só trouxe prejuízos ao Brasil.

"Não tenho dúvida que quanto mais o governo busca aproximação com o Irã, mais distante ficamos de conseguir um assento no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)", afirmou.

Em entrevista ao jornal espanhol El País, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o Brasil deve ampliar a sua influência mundial. O que, aliás, tem feito. Mas para divulgar os seus valores: a paz e a democracia. Especificamente em relação ao Irã, segundo Fernando Henrique, o presidente Lula deveria ter exigido uma garantia de Mahmoud Ahmadinejad de que o desenvolvimento do plano nuclear iraniano seria para a paz.

"Temos um acordo com a Argentina de vigilância mútua que é referendado pela ONU e, graças a isso, temos desenvolvido nossa própria tecnologia. Nunca houve qualquer suspeição de que o nosso programa atômico era para qualquer guerra. E isso não só porque a Constituição brasileira proíbe a bomba atômica, mas porque nos submetemos às regras", destacou FHC ao jornal espanhol.

Presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra, acredita que, na Presidência da República, Lula executou a política externa do PT e se aproximou de ditadores. 

"No caso do Irã, foi uma atitude isolada do presidente que insistiu em negociar mesmo sem ter apoio internacional. Além disso, sob o argumento de não intervenção em assuntos internos, tratou Cuba e Venezuela, por exemplo, sem se preocupar com a falta de democracia".

Para Fernando Henrique, no caso de Cuba, Lula se equivocou ao não solidarizar-se com Orlando Zapata, preso político que estava em greve de fome e que havia morrido horas antes da chegada do presidente brasileiro a Havana em fevereiro último.

"Foi um momento diplomático crítico. Sempre tivemos uma relação correta com Cuba. Sempre estivemos contra o embargo. Mas isso não significa que não se possa dizer que eles estão equivocados. Tem que dizer: O que é isso companheiro? Acredito que, nos últimos seis meses, o presidente Lula atuou mais com o coração que com a cabeça", afirmou ao El País.