Sidrolandia
Marun: governadores que quiserem recursos terão que ajudar a aprovar reforma da Previdência
Ministro da Secretaria de Governo deu declaração após ser questionado sobre assunto. Segundo ele, Planalto espera "reciprocidade" dos governadores. Votação está prevista para fevereiro.
G1
26 de Dezembro de 2017 - 17:41
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nesta terça-feira (26) que governadores interessados em receber recursos federais e obter financiamentos junto a bancos públicos terão de ajudar o Palácio do Planalto a aprovar a reforma da Previdência Social.
Marun deu a declaração após ser questionado sobre nota publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" segundo a qual o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), afirmou que o governo federal pretende liberar empréstimos junto à Caixa depois da votação da reforma.
O objetivo do presidente Michel Temer era aprovar as mudanças na Previdência ainda neste ano, mas, como não houve consenso entre os partidos da base aliada, a análise da proposta ficou para fevereiro do ano que vem.
"O governo espera que aqueles governadores que têm recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, o governo espera desses governadores, como de resto de todos os agentes públicos, uma reciprocidade no que tange a questão da Previdência", disse Marun nesta terça.
Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro defendeu o uso dos financiamentos concedidos pela Caixa Econômica, pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como forma de o governo conseguir votos a favor da reforma.
Na avaliação de Marun, os financiamentos dos três bancos públicos são "ações de governo" e, por isso, podem ser incluídos na discussão sobre a proposta.
"Nesse sentido, entendemos que deve, sim, ser discutido com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência", declarou.
Reunião com Temer
Marun discutiu nesta terça com o presidente Michel Temer as estratégias que o governo usará em janeiro, mês de recesso parlamentar, para convencer deputados a votar a favor da reforma.
Segundo o ministro, ele disse ao presidente ter "certeza" da aprovação da proposta em fevereiro.
Ainda de acordo com o chefe da Secretaria de Governo, a estratégia será discutida novamente nesta quarta (27), numa reunião com Temer e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Reforma da Previdência
A aprovação da reforma da Previdência é o principal objetivo do governo no Congresso Nacional para 2018.
A discussão sobre a proposta começará em 5 de fevereiro. A votação está marcada para duas semanas depois, no dia 19.
Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma exige os votos favoráveis de pelo menos 308 dos 513 deputados. Após passar por duas votações na Câmara, a proposta ainda precisará ser aproada pelo Senado.