Sidrolandia
Ministro da Justiça sugeriu a Temer outro nome para comandar a Polícia Federal
Interlocutores do ministro confirmaram que ele apresentou o nome do delegado Rogério Galloro, atual número 2 da PF. Temer preferiu ouvir outros aliados e escolheu Fernando Segóvia.
G1
08 de Novembro de 2017 - 14:27
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, apresentou ao presidente Michel Temer um nome diferente do escolhido para comandar a Polícia Federal.
Nesta quarta-feira (8), o Ministério da Justiça anunciou que Fernando Segóvia assumirá o posto. Mas nas negociações para a escolha do sucessor de Leandro Daiello, o nome sugerido a Temer foi o do delegado Rogério Galloro, segundo confirmaram interlocutores do ministro. Galloro é o atual número 2 na hierarquia da PF.
Torquato Jardim é amigo de Michel Temer há mais de 30 anos. Mas, desta vez, Temer preferiu ouvir outros aliados, que conseguiram convencê-lo de que o melhor nome para o cargo era o de Segóvia.
O ministro da Justiça, a quem a Polícia Federal está subordinada, disse, na semana passada, que o governo estadual do Rio de Janeiro não controla a Polícia Militar e que o comando da corporação está associado ao crime organizado.
As críticas, consideradas fortes e generalistas, desagradaram ao presidente, que pediu para o ministro cessar as declarações públicas sobre o assunto.
Depois desse episódio, Torquato Jardim perdeu força na indicação do novo diretor-geral da PF.
Reservadamente, delegados dizem que Segóvia é próximo do grupo político do ex-presidente e ex-senador José Sarney, aliado de Temer. E que a escolha dele causou duas reações: surpresa e sensação de mudança brusca.
Segóvia é considerado o mais político dos delegados cotados à vaga. Segundo delegados disseram reservadamente, ele representa a entrada de um novo grupo na cúpula da PF.
Esses delegados também afirmam que a troca no comando da PF era esperada após a votação da segunda denúncia contra Temer. A nomeação de Fernando Segóvia deve ser publicada nos próximos dias no "Diário Oficial da União".