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Sidrolandia

Mulher com 26 agulhas na região da bacia teria tido gestação normal no Pará

que estranha o fato de as agulhas não terem sido descobertas ou causado algum tipo de problema durante a gravidez.

O globo

13 de Julho de 2010 - 09:10

A paciente Zaíde de Araújo, de 37 anos, que tem pelo menos 26 agulhas na região da bacia tem um filho de 17 anos e a família afirmou que sua gestação teria transcorrido sem nenhum tipo de complicação. As agulhas estariam no corpo da mulher há mais de vinte anos e não foram detectadas durante a gravidez. Os objetos teriam sido introduzidos pela própria Zaíde, quando tinha entre 8 anos e 9 anos, e a mãe trabalhava como costureira. O médico Lourival Leonel de Souza, do Hospital Municipal de Monte Alegre, no Pará, onde o caso foi descoberto, disse que estranha o fato de as agulhas não terem sido descobertas ou causado algum tipo de problema durante a gravidez.

- É estranho. As agulhas só não teriam causado problema se estiverem no tecido muscular. Mas pelo raio-X não é possível avaliar se estão no músculo ou na cavidade da bacia - disse o médico ao Globo.

Ele disse que também estranha o fato de a paciente nunca ter apresentado problemas por causa das agulhas em seu corpo.

" A história de que as agulhas foram introduzidas pela própria paciente, quando ainda era criança, foi a família que contou. A da gravidez também "

- A história de que as agulhas foram introduzidas pela própria paciente, quando ainda era criança, foi a família que contou. A da gravidez também. Examinamos a mulher para ver se havia algum tipo de cicatriz, que poderia indicar que os objetos foram introduzidos recentemente, mas não encontramos nenhum ferimento recente - contou o médico.

A mãe de Zaíde disse que desconhecia o fato de a filha ter introduzido as agulhas no corpo e afirmou que ela (Zaíde) não teria motivo para fazer isso. O médico disse que a paciente aparenta ter algum tipo de deficiência mental.

O caso foi descoberto quando Zaíde foi ao Hospital Municipal de Monte Alegre por causa de uma dor de ouvido. O médico Lourival Leonel contou que ela chegou andando e foi atendida.

- A paciente ficou na emergência, quando começou a apresentar as dores na região da bacia. Nesse momento, já não conseguia andar. Por isso, decidimos tirar um raio-X, que revelou as agulhas na cavidade da bacia. As agulhas estão dispostas de forma dispersa - explicou o médico.

Segundo o médico, a mãe contou que Zaíde já tinha apresentando dores na região da bacia anteriormente, mas elas nunca haviam procurado um médico.

Quando viu o resultado do raio-x, o médico decidiu internar Zaíde. Ela ficou três dias no Hospital municipal e quando as dores passaram, na última sexta-feira, o médico decidiu liberá-la para voltar à sua casa. Zaíde agora aguarda uma vaga no hospital de Santarém, onde um cirurgião deverá avaliá-la sobre a possibilidade de uma operação para retirar as agulhas.

- É preciso avaliar se ela não terá nenhum problema ou correrá riscos para retirar as agulhas, considerando que os objetos estão no corpo há mais de vinte anos e nunca houve qualquer problemas - afirma o médico Lourival Leonel.

Em dezembro passado, um menino de apenas 2 anos foi parar na UTI com dezenas de agulhas no corpo na Bahia. Nascida em Ibotirama, a criança tinha agulhas no pescoço, no tórax e em órgãos do sistema digestivo. Uma delas perfurou o pulmão.

A polícia investigou e descobriu que quem colocou as agulhas no menino foi o padrastro, numa espécie de ritual destinado a separá-lo da mãe da criança, com quem vivia há apenas um ano.