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Sidrolandia

Obra de 3ª poupava verba para esquema na gestão de Artuzi

Dourados Agora

28 de Setembro de 2010 - 10:39

Obra de 3ª poupava verba para esquema na gestão de Artuzi
Tapa buracos deve recome - Foto: H

Há pouco mais de 20 dias à frente da Secretaria de Obras, o engenheiro civil Dirson Missio, já identifica irregularidades e suspeitas que começam a ser apuradas. Uma delas é a qualidade dos materiais utilizados por empreiteiras que supostamente faziam parte do esquema de direcionamento de licitação e retorno financeiro ao prefeito Ari Artuzi, denunciados pela Polícia Federal na Operação Uragano.

De acordo com ele, ‘de algum lugar o dinheiro tinha que ser economizado para que houvesse o retorno ao esquema’. Como as planilhas e orçamentos estão legalizados, uma vez que todos foram fiscalizados de perto pela Caixa Econômica, existe a suspeita de que o suposto desvio saísse da aplicação de materiais e serviços sem qualidade.

“No caso do asfalto, por exemplo, são espessuras menores do que as normas técnicas prevêem, materiais de segunda linha, obras inacabadas, entre outras que garantem sobra de recursos. Obras de drenagem e infra-estrutura eram maquiadas. Antes a prefeitura fazia vistas grossas, hoje não”, destaca.

Por isso, segundo ele, uma equipe técnica já faz levantamentos pela cidade para saber se as denúncias são verídicas. Um relatório será encaminhado para a Polícia Federal e ao juiz interventor Eduardo Machado Rocha.

Outra constatação é a de que empresas que venceram legalmente os processos licitatórios, foram descartadas sem justa causa. “Várias teriam sido enganadas porque não participavam do esquema de retorno”, detalha.

A secretaria também apura denúncias de obras que estavam engavetadas, como centros de Educação infantil, postos de saúde, escolas e praças. “Como o asfalto seria a forma de desviar mais recursos, era prioridade na administração”, lamenta. Conforme o secretário, uma das maiores dificuldades da pasta vem sendo obter informações sobre as irregularidades. “Todos os contratos e demais documentos estão apreendidos pela Polícia Federal. Temos alguns funcionários, que são nossas verdadeiras malas pretas. São eles que estão nos ajudando a entender como tudo funcionava”, disse.

Por conta disso, a secretaria tem uma meta de enxugar a máquina e reduzir em até 30% todos os gastos. Para isto, o secretário, vem renegociando contratos com valores menores e contratando equipes próprias para atuar no planejamento de obras. “São gastos que podem ser evitados e gerar renda para ser investida de fato em benefício da comunidade”, destaca, observando que denúncias dão conta de que mais de R$ 20 milhões teriam sido desviados da prefeitura.

Para contratar e comprar materiais para serem utilizados nas próximas execuções, a prefeitura precisa encontrar mecanismos legais de contratações e licitações em regime de urgência.

Enquanto isso não acontece a cidade passa por grandes problemas na malha asfáltica. Segundo Dirso, uma das prioridades é o centro da cidade, onde o fluxo de veículos é maior. Fato lamentável, segundo o secretário, é que, se as obras de asfalto tivessem sido feitas de forma criteriosas e com materiais de qualidade, não haveria necessidade de tantos tapa-buracos. “A obra seria mais resistente, o que diminuiria gastos”, ressalta.