Sidrolandia
Para Famasul, greve e fechamento é reflexo de mercado
Campo Grande News
19 de Outubro de 2010 - 14:15
O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Eduardo Riedel, avaliou nesta manhã o problema enfrentado pelo setor frigorífico do Estado, o que, para ele, tem relação com as mudanças na cadeia produtiva.
No início do mês, o Independência anunciou o fechamento de sua unidade
A unidade de Campo Grande do JBS/Bertin está em greve há mais de duas semanas. Há previsão de que os funcionários da mesma empresa cruzem os braços a partir de quinta-feira em Naviraí.
O setor vive um momento delicado. Não falo do preço da arroba pago ao produtor, mas da pecuária de corte como uma cadeia. Hoje temos dezenas de frigoríficos em recuperação judicial e um apoio maciço do governo a grandes empresas, como Marfrig e JBS. Enquanto isso, outros frigoríficos ficam em um ambiente muito difícil, avaliou.
Para o presidente da Famasul, há uma concentração grande de mercado no varejo.
Na outra ponta, há grandes compradores como o Walmart, Carrefour, Pão de Açúcar, que trazem uma mudança de perfil à cadeia. Eles têm um instrumento de pressão muito maior, têm um poder de barganha muito grande, comentou.
Com apoio do governo às maiores empresas e domínio dos grandes compradores no mercado, os pequenos frigoríficos terminam achatados, na avaliação de Riedel.
Momento político O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Monteiro, tem opinião diferente. Ele acha que as dificuldades enfrentadas pelo setor têm relação com o momento de transição política pela qual passa o País.
Estamos em uma possível mudança de governo e isso produz uma instabilidade tanto do lado laboral quanto do patronal, avaliou.
Mesmo assim, acredita que o Independência vá se recuperar e pagar toda a dívida que ainda tem com os produtores.